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Keiko Fujimori vence, mas não evita 2º turno no Peru, diz boca de urna

Seu rival no dia 5 de junho está em aberto, como apontavam pesquisas de opinião dos últimos dias; o economista Pedro Pablo Kuczynski aparecia com 20,9% e a líder de esquerda Verónika Mendoza, 20,3%

Por LIMA
Atualização:

A candidata Keiko Fujimori deve disputar um segundo turno para chegar à presidência do Peru. Segundo boca de urna do instituto Ipsos divulgada às 16 horas (18 horas em Brasília) deste domingo, quando a votação terminou, a filha do ex-ditador Alberto Fujimori conseguiria 37,8% dos votos válidos. Seu rival no dia 5 de junho estava indefinido. 

Como apontavam pesquisas de opinião dos últimos dias, havia um empate técnico que só deverá ser desfeito com o avanço da apuração oficial hoje. Segundo a pesquisa, cujo resultado se assemelhava ao de outros dois institutos, o economista Pedro Pablo Kuczynski, de 77 anos, aparecia com 20,9%. A líder de esquerda Verónika Mendoza, psicóloga de 35 anos, tinhas 20,3%. A margem de erro do levantamento é de 3 pontos porcentuais. 

Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori Foto: AFP PHOTO/CRIS BOURONCLE

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Se a proporção se mantiver na contagem oficial, os três grupos obteriam respectivamente 59, 25 e 22 cadeiras das 130 no Congresso, que é unicameral. Os dois outros institutos com dados similares foram o GFK (Keiko com 39,9%, Kuczynski com 20,6% e Verónica com 20,3%) e o CPI (39,1%, 19,1% e 18,8%, respectivamente).

O anúncio da sondagem, uma tradição aguardada com expectativa no país, foi recebida com cautela pela campanha da filha de Fujimori, mas não por seus militantes. Gritos de “Keiko presidente” foram ouvidos na frente do hotel que serviu de base para a candidata conservadora, do partido Força Popular.

Essas mesmas mensagens de incentivo apareceram na tumultuada votação da favorita às 11 horas (13 horas em Brasília), no bairro de La Molina, mas não eram uníssonas. Ao decidir esperar na fila sua vez de votar, Keiko ouviu clamores como “devolvam a grana roubada” e “corrupta”.

Prensada contra um muro por dezenas de repórteres que tentavam gravar uma declaração, foi protegida por integrantes da tropa de choque e seguranças privados em um semicírculo. Um cinegrafista foi agredido com um cotovelaço por um policial, que foi retirado em um camburão. 

A decisão de esperar como qualquer eleitor, mesmo que tivesse 50 metros de fila a sua frente, é compatível com tática de campanha de Keiko. Nos últimos cinco anos, desde que foi derrotada por Ollanta Humala, ela percorreu o país em voos comerciais, nos quais não se recusava a tirar selfies, e fugiu da imagem autoritária deixada pelo pai. 

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A tensão causada pela exposição da candidata levou apoiadores e detratores a se empurrarem e trocarem acusações. “Fujimori foi o melhor presidente que já tivemos”, dizia uma mulher a um canal estrangeiro. Ela foi interrompida por um estudante que se identificou como Jari. “Ela não pode sair dizendo que um governo ditatorial fez coisas boas. Eles têm de devolver todo o dinheiro que roubaram do país”, afirmou. 

Alberto Fujimori, de 77 anos, foi preso há 11 anos e condenado por crimes contra os direitos humanos. Ele responde a processos por corrupção. Keiko, aos 16 anos, atuou como primeira-dama no governo que durou de 1990 a 2000.

Ele enfrenta um câncer e sua libertação caso Keiko chegue a presidência foi um tema reiterado de campanha. Ela prometeu que não beneficiaria parentes no caso de ser eleita.

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