Bogotá publica novo acordo e busca apoio de população
A publicação do documento na íntegra foi uma mudança pedida pela guerrilha. O governo inicialmente publicaria apenas trechos do novo pacto
Por Redação
Atualização:
BOGOTÁ - O governo da Colômbia publicou nesta segunda-feira, 14, o acordo de paz revisado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na tentativa de obter apoio para encerrar uma guerra de 52 anos, uma vez que a versão original foi rejeitada em um plebiscito no mês passado após críticas de que ele favorecia muito os rebeldes.
A publicação do documento na íntegra foi uma mudança pedida pela guerrilha. O governo inicialmente publicaria apenas trechos do novo pacto. O documento ampliado e altamente técnico de 310 páginas faz algumas modificações no texto inicial, como esclarecer os direitos à propriedade privada e detalhar como os guerrilheiros serão confinados em áreas rurais por crimes durante a guerra.
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Bogotá e as Farc, que negociam em Havana há mais de quatro anos, disseram que o novo documento incorporou propostas da oposição, de líderes religiosos e políticos, para pôr fim ao conflito que matou mais de 220 mil pessoas e deslocou milhões.
Mudanças substanciais, como impor penas de prisão para líderes das Farc e lhes barrar o exercício de cargos públicos, não foram incluídas – o que deve irritar o senador e ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, que liderou a oposição ao pacto original.
Guerrilheiras das Farc se preparam para deixar 'uniformes de guerra'
1 / 10Guerrilheiras das Farc se preparam para deixar 'uniformes de guerra'
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Mayerli, integrante da frente 32 das Farc em Putumayo. A jovem de 18 anos passou quatro anos com a guerrilha e gostaria de ser enfermeira Foto: AP Photo/Fernando Vergara
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Diana Marcela faz parte da 48.ª Frente das Farc, tem 28 anos e disse ter passado 13 na guerrilha. Ela deseja estudar fotografia Foto: AP Photo/Fernando Vergara
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Carolina, 18 anos, integra a Frente 49 da guerrilha. Ela ficou três anos nas Farc e deseja estudar engenharia Foto: AP Photo/Fernando Vergara
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Derly tem 24 anos e passou nove anos com a Frente 49 das Farc. Após o acordo de paz com a Colômbia, ela deseja estudar medicina Foto: AP Photo/Fernando Vergara
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Johana, 19 anos, integra a 32.ª Frente das Farc. Ela ficou na guerrilha por seis anos e quer estudar enfermagem ao deixar o grupo Foto:
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Yeimi, 23 anos, ficou 10 anos ao lado da guerrilha e faz parte da 48.ª Frente. Após o acordo de paz quer estudar sistemas Foto: AP Photo/Fernando Vergara
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Yiceth tem 18 anos e ficou quatro ao lado das Farc. Após a desmobilização da guerrilha, ela deseja estudar enfermagem Foto: AP Photo/Fernando Vergara
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Rubiela tem 32 anos e passou 10 na Frente 49 das Farc. Ela deseja estudar odontologia ao deixar o grupo Foto: AP Photo/Fernando Vergara
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Yuri Renteria, 18 anos, integra a Frente 32 das Farc. Ela diz que após o acordo de paz com a Colômbia deseja cursar engenharia Foto: AP Photo/Fernando Vergara
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Sofia tem 19 anos e passou seis integrando a Frente 49 das Farc. Após deixar as armas, ela quer estudar Direito Foto: AP Photo/Fernando Vergara
No dia em que o novo acordo foi fechado, Uribe pediu ao presidente Juan Manuel Santos que submetesse o novo texto aos porta-vozes do ‘não’ ao pacto original antes de buscar o respaldo da população.
Santos, que recebeu o Nobel da Paz por seu empenho em acabar com a guerra, espera unir a nação com o novo acordo depois de o processo de paz ser ameaçado por sua rejeição na consutla popular de 2 de outubro. / REUTERS