Bolívia critica interferência de EUA e Brasil em seus assuntos internos

Os dois países tinham expressado preocupação com a prisão da ex-presidente Jeanine Áñez

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

LA PAZ - A Bolívia pediu nesta quinta-feira aos EUA e ao Brasil que não interfiram em seus assuntos internos, depois que os dois países expressaram preocupação com a prisão da ex-presidente Jeanine Áñez. A chancelaria boliviana informou que manteve encontros em separado com a encarregada de negócios dos EUA em La Paz, Charisse Phillips, e com o embaixador do Brasil, Octavio Henrique Días.

PUBLICIDADE

A chancelaria lembrou os acordos internacionais que exigem que os países não interfiram em assuntos de “jurisdição interna” de outras nações. Jeanine foi presa na semana passada sob a acusação de sedição, terrorismo e conspiração pelo que seu antecessor e rival, Evo Morales, denunciou como um “golpe” contra ele.

O Departamento de Estado expressou "preocupação" com a prisão de Jeanine, enquanto o presidente Jair Bolsonaro pediu que "a Bolívia mantenha em plena vigência o Estado de direito e a convivência democrática".

A ex-presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, detida no sábado,apela à ONU e UE para que enviem observadores que possam acompanhar seu processo judicial Foto: EFE/ Stringer

A Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Europeia também solicitaram o respeito às garantias judiciais e à transparência no processo. 

La Paz criticou o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, na quarta-feira, por sugerir que o caso boliviano fosse levado ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia. 

A ex-presidente conservadora de 53 anos e seus ex-ministros da Justiça e Energia foram presos no fim de semana passado como parte de uma investigação sobre a suposta derrubada do presidente de esquerda Evo Morales

Após os protestos que se seguiram à sua polêmica reeleição em outubro de 2019, a polícia e as Forças Armadas pediram a Evo que se afastasse, obrigando o presidente a renunciar e deixar o país. Jeanine, então segunda vice-presidente do Senado, assumiu a presidência após a renúncia das pessoas que estavam na linha de sucessão de Evo. 

Publicidade

A ex-presidente está cumprindo pena de prisão preventiva de 4 meses em um presídio feminino de La Paz, onde na quarta-feira sofreu uma descompensação da qual foi tratada dentro do presídio. / AFP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.