26 de agosto de 2010 | 05h27
LA PAZ - O Congresso boliviano aprovou na quarta-feira, 25, leis para declarar patrimônio "cultural e imaterial" cinco danças folclóricas do planalto andino, perante suposta "usurpação" por parte países vizinhos, como Chile e Peru.
As danças "La Morenada", "Los Caporales", "La Llamerada", "La Kullawada" e "Saya Afroboliviana" foram defendidas pela lei, pois, segundo a Câmara dos Deputados, estavam "desprotegidas" pelo Estado, "à mercê de processos de globalização e expostas à apropriação por parte de outros países".
Os deputados Pedro Medina, do governista Movimento Ao Socialismo (MAS), e Alejandro Zapata, da força opositora União Nacional (UN), promoveram as leis argumentando suposta "usurpação" do "acervo cultural do povo boliviano por parte de países vizinhos como Peru, Chile e outros".
As leis ordenam o governo do presidente Evo Morales a "identificar, documentar, proteger, promover, valorizar e transmitir" dessas danças, para evitar que outros países, segundo os parlamentares, sigam "plagiando a cultura boliviana".
A ministra de Cultura, Zulma Yugar, que discursou na sessão do Congresso, destacou que a aprovação das novas normas permitirá "dizer ao mundo" que as danças pertencem ao território nacional".
Há alguns anos, Bolívia e Peru se enfrentaram pela origem do traje da "Diablada", dança típica do Carnaval de Oruro, pelo "ekeko", deus andino da abundância, e por algumas canções populares. No caso do Chile, o confronto foi pelo charango.
O governo Morales protestou pelo fato de o "Carnaval Andino" da cidade chilena de Arica, assim como em algumas festas peruanas, há danças que supostamente são exclusivamente bolivianas.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.