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Bolívia manda prender general que capturou Che

Gary Prado Salmón é acusado de envolvimento em um suposto complô para matar o presidente Evo Morales, em 2009

Por LA PAZ
Atualização:

A Justiça da Bolívia mandou prender ontem o general da reserva Gary Prado Salmón. Ele é acusado de envolvimento com um suposto complô para matar o presidente Evo Morales, em 2009. Prado ficou conhecido por ter capturado, em 1967, o guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara, líder da Revolução Cubana morto em operação conjunta do Exército boliviana com a CIA.De acordo com o juiz Sixto Fernández, o general e outros três acusados, dos quais fazem parte o também general da reserva Lucio Añez, foram indiciados por faltar a audiências do processo, realizado em Tarija, a 710 km de Santa Cruz de la Sierra, onde teria ocorrido o complô. A Justiça acredita que o general Prado, hoje com 73 anos e em uma cadeira de rodas, tenha vínculos com um grupo de mercenários liderado pelo boliviano de origem croata Eduardo Rózsa Flores, morto pela polícia em abril de 2009. Ao lado de Rózsa, morreram um irlandês e um húngaro, que teriam sido contratados por empresários de Santa Cruz, entre eles Branko Marinkovic. Prado já tinha sido colocado em prisão domiciliar pela mesma acusação em 2010. Na ocasião, o captor de Che disse que a acusação era uma forma de prisão política. Em 1981, o general ficou paraplégico, após ter sido atingido por um disparo de outro oficial durante uma operação. Desde 2009, ele não pode sair da Bolívia e trabalha como professor universitário. O mandado de prisão contra Prado coincidiu com o aniversário de 45 anos da morte de Che Guevara, assassinado em de outubro de 1967. O revolucionário foi capturado em uma escola em La Higuera, em Santa Cruz, um dia depois de ter sido preso por Prado. O argentino tentava implementar na Bolívia uma revolução nos moldes da que ocorreu em Cuba, em 1959, e o levou ao poder ao lado de Fidel Castro. Em La Higuera, uma procissão celebrou o aniversário de sua morte. / AFP e EFE

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