“Pela manhã, a fila chegou a virar o quarteirão”, relatou Joel Socompi Villalobos, um dos chefes da seção. “Nossas listas têm quase 5 mil inscritos, que devem vir até o fim do dia.”
A reportagem abordou alguns bolivianos que passaram pelo local, mas, receosos, preferiram não ter seus nomes divulgados por conta da situação ilegal de alguns membros de suas famílias no Brasil.
Na porta da escola, a quituteira Rosmeri Marca, natural de La Paz, faturou com a venda de saltenhas e empanadas, salgados bastante consumidos na Bolívia. "De manhã tinha muita gente aqui e perdi as contas de quanto já vendi", disse. Morando há cinco anos no Brasil com seus pais e os dois filhos, deixou a Bolívia pela falta de oportunidades, mas mesmo assim aprova o atual governo. "Evo melhorou muito a vida dos bolivianos. Mas aqui há mais oportunidades para nós", afirmou.
Concorrente de Rosmeri, o comerciante José Gabriel Brito, dono da lanchonete da escola, revela não ter lucrado o quanto esperava. "Veio muita gente, mas todo mundo preferiu comer as comidas dessas barracas da rua. Só não perdi meu dia porque fez calor e vendi umas 200 garrafas de água", comentou.
Segundo dados oficiais, a capital paulista é a segunda cidade com mais eleitores bolivianos registrados, 35.373. Em razão do grande comparecimento nos 13 colégios eleitorais instalados em São Paulo, as autoridades eleitorais da Bolívia solicitaram reforço de presença policial, de acordo com informações da Agência Brasil.
O Tribunal Superior Eleitoral da Bolívia registrou para voto em trânsito, 272.058 em 33 país, a maioria na Argentina, Brasil e Espanha. / Com EFE