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Bolonha toma medidas para evitar cartas-bomba

Por Agencia Estado
Atualização:

A Procuradoria de Bolonha, no norte da Itália, determinou hoje a suspensão de todos os envios de cartas da região Emilia-Romagna (cuja capital é Bolonha) às instituições da União Européia (UE), com o objetivo de evitar atentados com cartas-bomba. Segundo as autoridades judiciais, todas as correspondências destinadas às instituições, organismos e autoridades da UE deverão ser examinadas com raio X "para detectar a eventual presença de substâncias perigosas". A medida está sendo adotada após o envio, nos últimos dias, de uma série de pacotes ou cartas com artefatos explosivos ao presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, e ao presidente do Banco Central Europeu, Jean Claude-Trichet. O pacote-bomba enviado a Prodi pegou fogo ao ser aberto, mas ele saiu ileso do ataque. A carta-bomba enviada a Trichet foi recebida por sua secretária, que a abriu e alertou a polícia. Outras duas cartas-bomba foram enviadas à direção da Europol (polícia européia) e à Eurojust (instituição de combate ao crime organizado), ambos em Haia. No remetente de todas as cartas havia endereços de Bolonha, por isso a polícia italiana centrou suas investigações em grupos anarquistas dessa região. A autodenominada Federação Anárquica Informal (FAI), que é integrada por cinco grupos dessa orientação, assumiu ter colocado as duas bombas de fabricação caseira que explodiram no dia 25 em cestos de lixo perto da casa de Prodi em Bolonha. As bombas provocaram um pequeno incêndio, sem causar danos. O Corriere Della Sera, o jornal de maior tiragem da Itália, informou hoje que anarquistas espanhóis também estariam envolvidos nos ataques. Segundo o jornal, há algumas semanas anarquistas espanhóis se reuniram em Bolonha com membros de grupos radicais dessa cidade. A polícia suspeita de que o objetivo da reunião foi planejar as recentes ações contra a UE. Entre os grupos que integram a FAI está um que nos últimos anos realizou atentados contra interesses espanhóis na Itália, como a sede do colégio espanhol Liceu Cervantes de Roma e os escritórios da companhia aérea Ibéria, em apoio às "reivindicações" dos presos submetidos na Espanha ao regime carcerário especial. Entre esses presos está Claudio Lavazza, ex-membro da Lotta Contínua, que cumpre pena na cidade espanhola de Huelva pelo assassinato de dois policiais de Córdoba, em 1998, durante um assalto.

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