JERUSALÉM - O presidente Jair Bolsonaro visitará Israel entre 31 de março e 4 de abril, poucos dias antes das eleições gerais naquele país, informou à agência France Presse o Ministério das Relações Exteriores israelense nesta quinta-feira, 28.
Bolsonaro, chefe de Estado de extrema direita que reivindica vínculos com Estados Unidos e Israel, declarou pouco antes de assumir o cargo que tinha a intenção de seguir os passos do presidente Donald Trump e transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, também conservador, compareceu à posse de Bolsonaro em janeiro.
Status
A localização da embaixada é uma questão sensível porque Israel e palestinos disputam o predomínio sobre Jerusalém. O Estado judeu considera toda a cidade como sua capital, enquanto os palestinos desejam tornar Jerusalém Oriental a capital do seu futuro Estado.
Para a comunidade internacional, o status da Cidade Santa deve ser negociado por ambas as partes e as embaixadas não devem se estabelecer lá até que um acordo seja alcançado. Essa é, historicamente, a posição apoiada pela diplomacia brasileira. Israel ocupa Jerusalém Oriental desde a guerra de 1967 e posteriormente a anexou. Isso nunca foi reconhecido pela comunidade internacional, incluindo o Brasil.
Mas, em 2016, Trump decidiu transferir sua embaixada em Israel para Jerusalém. Na mudança, foi seguido pela Guatemala. O Paraguai fez o mesmo em maio passado, no final do governo de Horacio Cartes. A decisão, porém, foi revertidapelo atual presidente, Mario Abdo Benítez um mês após sua posse, ocorrida em agosto. / AFP