"Bomba" de Montesinos: 30 mil vídeos comprometedores

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Por Agencia Estado
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Vladimiro Montesinos acusou o ex-presidente Alberto Fujumori de ter ordenado a gravação de cerca de 30.000 vídeos comprometedores, além dos já conhecidos "vladivídeos", para utilizá-los como arma de chantagem. O ex-assessor de inteligência, detido sábado em Caracas, estaria disposto a entregar os vídeos potencialmente explosivos em troca de um melhor tratamento, confirmou seu advogado. Greve de fome Montesinos não aceita ser transferido para uma prisão de segurança máxima na base naval do porto do Callao e ameaçou até promover uma greve de fome. A notícia sobre os novos vídeos provocou uma grande expectativa, já que eles poderiam revelar novos personagens, até agora encobertos, que integraram a rede de corrupção montada pelo ex-homem forte do Peru com, acredita-se, a conivência ou cumplicidade de Fujimori. Até agora, as 1.200 fitas que já estão em poder da Justiça, das quais muitas já foram divulgadas, provocaram um escândalo ao revelar atos de corrupção entre o ex-chefe do Serviço de Inteligência Nacional (SIN) e personalidades de várias áreas. Vídeos estariam escondidos Os "novos" 30.000 vídeos permanecem, presume-se, escondidos em algum lugar do país ou do exterior e começariam a ser divulgados como parte da "estratégia" que o próprio Montesinos teria elaborado previamente no caso de ser capturado. Montesinos não quer compartilhar a penitenciária com presos tão perigosos para ele como os fundadores do Sendero Luminoso, Abimael Guzmán, e do Movimento Revolucionário Túpac Amaru (MRTA), Víctor Polay Campos, que cumprem pena de prisão perpétua na base naval. Ele está atualmente numa cela no porão do Palácio da Justiça em Lima. Segundo fontes próximas à sua família consultadas pela ANSA, o ex-assessor "está disposto a dar informações que mostrariam que Fujimori é o responsável pelas principais acusações atribuídas ao doutor Montesinos". 48 processos Nos processos abertos contra Montesinos, 48 ao todo, assim como contra Fujimori, aparecem provas e indícios da estreita relação entre os dois na realização de diversos crimes. O plano político de Montesinos e Fujimori era perpetuarem-se no poder por mais de 30 anos sob um regime autoritário. O Congresso afastou Fujimori em novembro depois de ele ter fugido para o Japão, terra de seus ancestrais, em meio a escândalos de corrupção envolvendo Montesinos, que havia escapado do Peru em outubro.

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