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Bomba explode em frente de jornal na Venezuela

Por Agencia Estado
Atualização:

Um bomba caseira lançada por um motociclista explodiu hoje diante da sede do jornal Así Es La Noticia, na capital venezuela Caracas, destruindo os vidros das janelas e obrigando os 200 empregados do diário a se retirarem do edifício. Não há informações sobre feridos. A diretora do jornal, Ibeyse Pacheco, disse que o atentado foi precedido por ameaças telefônicas recebidas como protesto pelas críticas ao governo do presidente Hugo Chávez. "Temos recebido ameaças já há algum tempo, obviamente ameaças ´chavistas´, ao pessoal e a mim também, mas isto não irá nos deter", disse. Segundo um editor-assistente do jornal El Nacional, Sergio Dahar, o atacante lançou um volante que dizia "Así Es La Noticia: digam a verdade!". Em 7 de janeiro, partidários de Chávez realizaram um tumultuada manifestação diante da redação do El Nacional, gritando "El Nacional: digam a verdade!" e impedindo a entrada ou saída dos empregados. "Isto é uma prova a mais de que a liberdade de expressão e de exercício do jornalismo na Venezuela está em risco", disse Dahar, falando em frente ao Así Es La Noticia. "É uma prova a mais de que o governo deve cumprir com as medidas preventivas sugeridas pela Comissão de Direitos Humanos da OEA para El Nacional, El Universal e Globovisión, que foram vítimas de ataques verbais desferidos por Chávez". A comissão da OEA pediu à Venezuela que reforce a proteção aos jornalistas e garanta a segurança de vários meios de comunicação, entre os quais El Nacional, El Universal e Globovisión. Após o ataque desta quinta-feira, a polícia foi destacada para dar proteção preventiva ao El Nacional e ao Globovisión. Os 200 empregados do Así Es La Noticia abandonaram o edifício depois de serem advertidos por telefone de que outra bomba iria explodir em um veículo estacionado nas imediações. A polícia municipal e federal isolou a área e inspecionou o local com cães adestrados. "Realmente foi um milagre que não houvesse ninguém ali naquele momento", disse o jornalista Pacheco. Ele foi um dos quatro jornalistas que divulgaram na quarta-feira um vídeo mostrando rebeldes colombianos e militares venezuelanos negociando a libertação de um prisioneiro venezuelano durante uma reunião em julho de 2000. Os jornalistas disseram que o vídeo era uma evidência dos estreitos vínculos entre o Exército venezuelano e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O general venezuelano Lucas Rincón qualificou o encontro de operação humanitária. O governo venezuelano disse que mantém contatos com os rebeldes colombianos num esforço, apoiado pelo governo da Colômbia, para acabar com a guerra civil no país vizinho, que já dura 38 anos. A Venezuela assegura que a Colômbia está a par desses contatos.

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