Bomba explode em ônibus e mata 3 nas Filipinas

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Por Agencia Estado
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Uma bomba explodiu nesta sexta-feira à noite (hora local) no interior de um ônibus num subúrbio de Manila, matando pelo menos três pessoas e ferindo outras 23, horas depois que uma granada foi detonada no distrito financeiro da capital e um dia depois de dois mortíferos atentados no sul das Filipinas. Ninguém assumiu imediatamente responsabilidade pela explosão no ônibus, mas autoridades acreditam que o grupo Abu Sayyaf, vinculado à Al-Qaeda, esteja por trás dos atentados de quinta-feira no centro da cidade de Zamboanga, que mataram sete pessoas e feriram mais de 150. A explosão no ônibus ocorreu às 22 horas (locais) numa das principais avenidas da capital, em Quezon City, apesar de fortes medidas de segurança em vista dos ataques anteriores. "Eu estava dormindo, então houve uma forte explosão", disse a adolescente Merlyn Villareal, que estava no ônibus mas não ficou ferida. "Houve caos, e cai no chão. Fui sendo chutada até me ver fora do ônibus". A explosão na parte de trás do ônibus abriu um buraco no teto e nas laterais e lançou destroços a 30 metros de distância. Duas horas depois, trabalhadores ainda tentavam retirar um corpo entre as ferragens. "Isso é obra de pessoas com mentes malígnas", afirmou o chefe de operações da polícia, Vidal Querol. Acredita-se que a pessoa que levou a bomba para o ônibus esteja entre os mortos. O assessor de Segurança Nacional Roilo Golez disse que a forma como o atentado foi cometido era "muito semelhante" aos ataques a bomba simultâneos em Manila de 30 de dezembro de 2000 que mataram 22 pessoas e foram atribuídos ao Jemaah Islamiyah, um obscuro grupo muçulmano baseado no Sudeste Asiático suspeito de ter vínculos com a Al-Qaeda. "A única conclusão que podemos tirar e que devemos estar em alerta e que o público precisa de ajuda", disse Golez. Segundo ele, altas autoridades do governo irão se reunir amanhã para avaliar a situação. Ninguém foi indiciado pelas explosões de 2000 que atingiram várias instalações públicas, como uma estação de trem. Mas Farthur Rohman Al-Ghozi, um indonésio, confessou na polícia ter ajudado a planejar a ação. Ele se declarou culpado por posse de explosivos em abril e foi sentenciado a 12 anos de prisão. Ele foi detido em janeiro e levou a polícia a um arsenal enterrado de 1.2 tonelada de TNT que seria supostamente usada para ataques contra alvos ocidentais em Cingapura. Promotores filipinos anunciaram na segunda-feira que iriam indiciar dois estrangeiros e dois filipinos por supostamente oferecer o dinheiro para a compra dos explosivos. Como Al-Ghozi, os quatro seriam membros do Jemaah Islamiyah. O nervosismo no país já havia aumentado na manhã de hoje quando uma granada explodiu no distrito financeiro de Manila. Ninguém ficou ferido na explosão, que danificou levemente um veículo. Uma segunda granada não explodida foi encontrada nas proximidades. Apesar de autoridades terem dito que a explosão não estava relacionada com o terrorismo, o prefeito de Manila, Lito Atienza impôs um toque de recolher noturno na capital para os menores de 18 anos. Mais cedo hoje, a presidente Gloria Macapagal Arroyo visitou o local dos atentados em Zamboanga. Ele disse que os ataques no país foram de "mal a pior" e pediu aos filipinos para ajudarem no combate ao terrorismo. "O terrorismo não pode sobreviver muito tempo num ambiente não amigável", avaliou ela. "Vamos dar ao terrorismo um ambiente hostil". Para o secretário da Defesa Angelo Reyes, os atentados em Zamboanga podem ter sido executados pelo Abu Sayyaf ou pela Frente Moro de Libertação Islâmica. O Abu Sayyaf havia recentemente prometido retaliar a uma ofensiva militar em curso contra o grupo, e foi responsabilizado por um atentado a bomba em 2 de outubro em Zamboanga que matou quatro pessoas, entre elas um boina verde americano. Cerca de 260 militares dos EUA estão no sul das Filipinas para treinar soldados filipinos na luta antiterrorista.

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