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Bomba mata xeque aliado de Washington

Por AP , NYT , Reuters e Bagdá
Atualização:

Um atentado a bomba matou ontem o principal aliado dos EUA no combate ao extremismo sunita, principalmente à Al-Qaeda, na província iraquiana de Anbar. O líder tribal sunita Abdul Sattar Abu Risha havia se reunido com o presidente americano, George W. Bush, apenas dez dias atrás. Na ocasião, Bush elogiou a coragem de Risha na luta contra o terrorismo e disse que Anbar - antes uma das regiões mais violentas no Iraque - era um exemplo de segurança. A morte do xeque é, portanto, um grande golpe num dos poucos exemplos de sucesso americano na estabilização do Iraque. Risha, que tinha vários guarda-costas, foi morto perto de sua casa, em Ramadi, quando estacionava seu carro. Três seguranças e um assistente também foram assassinados. Líder do Conselho de Salvação de Anbar, o líder tribal exercia um papel fundamental: barrar a influência da Al-Qaeda na região. Uma de suas funções era convencer jovens sunitas a entrar na polícia iraquiana, em vez de aderir ao grupo terrorista. A morte do xeque sunita pode desencorajar outros líderes tribais de colaborar com os EUA. Autoridades iraquianas culparam a Al-Qaeda pelo crime, que ocorreu no primeiro dia do mês sagrado do Ramadã para os iraquianos sunitas. Moradores disseram que foi declarado estado de emergência em Ramadi e dezenas de soldados americanos e iraquianos ocuparam as ruas da cidade, numa demonstração de força. O irmão de Risha, Ahmed, deve ocupar seu cargo no conselho. Bagdá e Washington apressaram-se em condenar o ataque. O general David Petraeus, comandante dos EUA no país, disse que a morte de Risha "é uma perda terrível para Anbar e para todo o Iraque", acrescentando: "Isso prova o quanto ele era importante e como a Al-Qaeda continua sendo perigosa." O primeiro-ministro Nuri al-Maliki afirmou que o líder sunita "era muito importante no combate a extremistas que tentavam se instalar em Anbar".

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