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Bombardeios são ´missão de limpeza´, diz piloto

Por Agencia Estado
Atualização:

Caças dos Estados Unidos bombardearam neste domingo alvos em Cabul e em outras cidades afegãs, no dia em que a ofensiva aérea militar dos EUA contra Osama bin Laden e seus aliados do Taleban entra na segunda semana. A bordo do porta-aviões USS Enterprise, de onde são lançados os ataques contra o Afeganistão, os oficiais militares norte-americanos descreveram os bombardeios deste domingo como "missões de limpeza", nas quais eles voltaram a atacar alvos que não haviam sido atingidos em missões anteriores. "Estamos numa espécie de limpeza neste momento", disse aos repórteres o comandante de um avião, sem revelar o nome, por causa das regras militares. Nos mais recentes ataques, os caças norte-americanos destruíram a central telefônica internacional de Cabul, construída pelos chineses - acabando com um dos últimos meios de comunicação com o mundo exterior. Segundo moradores locais, a capital histórica do Afeganistão, Balahisar Fort, estava em ruínas, mas a informação não pôde ser confirmada. Entre os outros alvos atingidos estão as cidades de Mazar-e-Sahrif, Kandahar, Jalalabad e Herat, de acordo com o Ministério da Informação do Taleban. Os EUA têm insistido em afirmar que os bombardeios têm como alvo a rede terrorista al-Qaeda de Bin Laden e seus aliados talebans. No entanto, os ataques deixaram os afegãos civis com os nervos em frangalhos, pois alguns dos alvos ficam próximos a áreas povoadas. "Não há nenhum Osama em Cabul", disse o bancário Mohammed Arif. "Osama e seu povo não estão vivendo em pequenas casas de barro. Por que eles nos atacam? Não o apoiamos. Nunca vimos o rosto dele", declarou. Outro morador de Cabul, Mohammed Jabar, afirmou que desde o início dos ataques "não passamos nenhuma noite em paz". Os talebans também estão combatendo as forças do movimento opositor Aliança do Norte, que foi derrubado do poder quando a milícia taleban tomou Cabul e a maior parte do país, em 1996. Os EUA e seus parceiros têm conclamado a Aliança do Norte a não lançar um ataque definitivo sobre Cabul, até que um governo amplo e com bases fortes possa ser formado para substituir o regime Taleban. A maior parte dos talebans é da etnia majoritária pashtun; a Aliança do Norte é dominada pelas etnias tadjique e uzbeque. Leia o especial

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