Brasil acha que aclamação de Préval pode ser solução para o Haiti

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo brasileiro considera que o anúncio da vitória de René Préval no Haiti pode resolver o caos em que o país mergulhou após as eleições presidenciais da semana passada, disse o assessor para Assuntos Internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia. Garcia disse hoje, em entrevista coletiva, que fez alguns contatos políticos em busca de uma "fórmula que, respeitando a legalidade, garanta a vitória de Préval". De acordo com o assessor, "o ideal seria que os outros candidatos reconheçam sua derrota e a vitória de Préval", candidato pelo do partido A Esperança. O candidato ganhou as eleições, mas não conseguiu a maioria absoluta que impediria um segundo turno. O assessor de Lula considerou que, "dado o clima" de violência e incerteza que toma conta do Haiti, essa seria "a melhor solução". Mas esclareceu que a medida deverá estar escorada na legislação haitiana. A apuração, paralisada em 90,02% dos votos, aponta que Préval tem, até agora, 48,76% e Leslie Manigat aparece em segundo lugar com 11,83%. Para Garcia, a "diferença é muito expressiva" e há "um risco muito grande de haver uma revolta popular", sobretudo depois das denúncias de fraude feitas por Préval. O assessor de Lula também considerou que o candidato do partido A Esperança "não deve jogar mais lenha na fogueira", em alusão ao pedido de Préval a seus partidários para que permaneçam nas ruas. "É preciso chegar a uma solução de consenso para evitar que possam se repetir situações e fatos como os que provocaram a queda do ex-presidente (Jean-Bertrand) Aristide" em fevereiro de 2004, disse. Sobre a força de paz das Nações Unidas, García disse que deverá permanecer em território haitiano "o tempo necessário para eliminar todos os riscos de violência". O Conselho de Segurança da ONU, em reunião realizada na terça-feira, decidiu manter as tropas da Missão de Estabilização no Haiti, que estão sob comando brasileiro, por mais seis meses, mas ressaltou que "não se trata de prazos cronológicos, mas políticos", por isso, as tropas só deverão sair do Haiti depois que cumprirem sua missão de pacificar o país.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.