O Brasil apoiará o candidato argentino, José Octavio Bordon, à secretaria-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). O cargo está vago desde o fim de janeiro, com o término do mandato do ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper no comando do grupo.
O apoio foi prometido pelo presidente Michel Temer, por recomendação do ministro das Relações Exteriores, José Serra, durante a reunião que teve nesta terça-feira, 7, com o presidente da Argentina, Mauricio Macri.
Fontes disseram acreditar que, dessa forma, será facilitado um alinhamento da Unasul com a política adotada no Brasil e na Argentina.
Sob o comando de Samper, o grupo de países tinha uma atuação marcadamente política e alinhada aos chamados países “bolivarianos”. Samper criticou duramente o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Agora, a expectativa, ao menos do lado brasileiro, é a de que o novo secretário-geral tenha uma atuação “mais de diretor de produção do que de maestro”, segundo comentou uma fonte. A Unasul poderia ser útil na coordenação de medidas como, por exemplo, o combate à zika na região.
Bordon ainda é o único candidato ao posto. Mas sua eleição não é dada como certa, pois não há regras para o processo de escolha do secretário-geral. O nome tem de ser objeto de consenso.
Bordon foi embaixador argentino em Washington durante o governo de Néstor Kirchner e agora, no governo Macri, é embaixador no Chile. Isso é comum quando se trata de funcionários públicos de carreira, mas Bordon é um político.