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Brasil condena prisão de parlamentares venezuelanos

Juan Carlos Resquesens foi detido em Caracas e Julio Borges está exilado na Colômbia

Por Lu Aiko Otta e Brasília
Atualização:

O Brasil condenou a prisão do deputado Juan Carlos Resquesens e a ordem de prisão emitida contra o deputado Julio Borges, membros da Assembleia Nacional da Venezuela e integrantes da oposição ao presidente Nicolás Maduro. Em nota, o Itamaraty diz que as prisões ocorreram “ao arrepio da institucionalidade democrática.”

Elas ocorrem em função das investigações sobre um suposto atentado contra Maduro, ocorrido no último sábado.

Julio Borges vive exilado na Colômbia. O governo venezuelano anunciou que pedirá sua extradição. Nesta sexta-feira, Caracas pediu à Interpol a prisão do parlamentar

O então presidente do Parlamento da Venezuela, Julio Borges, recebe o Prêmio Sakharov de Liberdade de Pensamento por sua atuação na oposição a Nicolás Maduro em Strasbourg, na França, em 2017; Nesta terça-feira, 7, o político foi acusado por Caracas de planejar suposto atentado contra o presidente Foto: AP Photo/Jean-Francois Badias - 13/12/17

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“Ao condenar ambas as medidas, o Brasil recorda as obrigações internacionais do Estado venezuelano com a democracia representativa”, diz a nota. “O governo brasileiro afirma, ainda, que os acontecimentos do dia 4 de agosto em Caracas, embora mereçam investigação independente e crível, não devem servir de pretexto para o agravamento da repressão - já intensa - à legítima e legal oposição política e parlamentar ao governo do presidente Nicolás Maduro.”

Ontem, o chanceler Aloysio Nunes afirmou ser “estranho” Maduro já saber, minutos depois do ocorrido, quem era o formulador do atentado, acusando o ex-presidente da Colômbia Juan Manuel Santos. “Parece algo bizarro”, comentou. Ele acrescentou que as apurações devem ser isentas e não usadas como “pretexto para o recrudescimento da repressão à oposição.”