Brasil defende genérico contra aids

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil vai apresentar na Assembléia Mundial de Saúde, da Organização Mundial de Saúde (OMS), uma resolução, propondo a produção de medicamentos genéricos contra a aids e a criação de um fundo internacional para apoiar os países pobres onde a doença já se tornou epidemia. Na reunião, o Brasil defenderá ainda a distribuição gratuita e universal de medicamentos anti-retrovirais (usados no coquetel antiaids) nos países em desenvolvimento. A assembléia começa na próxima segunda-feira e vai até o dia 22, em Genebra, Suíça. As propostas do Brasil serão defendidas pelo ministro da Saúde, José Serra, que embarca para Genebra neste fim de semana. Na assembléia da OMS, o governo brasileiro vai insistir na proposta de que seu programa de distribuição gratuita de remédios a doentes de aids seja adotado internacionalmente. Atualmente o Brasil atende cerca de 100 mil doentes de aids com remédios produzidos em laboratórios oficiais. No caso dos remédios contra aids, o governo brasileiro já decidiu não recuar na produção dos anti-retrovirais hoje distribuídos gratuitamente, mesmo que continue sendo pressionado pelos laboratórios farmacêuticos. A posição do Brasil foi reforçada com a aprovação de resolução, na Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), reconhecendo como direito humano o acesso a remédios. Outra proposta que será debatida na assembléia da OMS é a resolução apresentada pelo Brasil, no ano passado, que propõe uma campanha internacional de combate à desnutrição infantil e torna obrigatório o aleitamento materno até seis meses de idade. Essa proposta já foi acatada por um grupo de especialistas designado pela OMS para analisar a questão, segundo a coordenadora nacional de Nutrição do Ministério da Saúde, Denise Coitinho. Na segunda-feira pela manhã será aberta ao público uma exposição com fotos, pôsteres e vídeo sobre as atividades do Banco de Leite Humano da Fundação Oswaldo Cruz, que tem a maior rede de leite materno no mundo. O equipamento brasileiro de pasteurização do leite a ser estocado também leva vantagem sobre outros similares por custar menos - US$ 1.000 contra US$ 17 mil do norte-americano. O diretor do banco de leite vai receber um prêmio concedido pela fundação japonesa Sasakawa pelo pioneirismo do empreendimento, que tem permitido no Brasil alimentar crianças com leite humano doado. A Venezuela está colaborando com o Brasil no setor do banco de leite, e a França se mostra interessada. O Brasil quer exportar sua experiência para a América Latina.

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