Brasil e China lançam 'PAC chinês' e prometem metas até 2014

Plano de Ação Conjunta prevê objetivos em 11 áreas, incluindo energia e agricultura.

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Por Fabrícia Peixoto
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Os governos de Brasil e China assinaram nesta quinta-feira um acordo que prevê uma série de ações entre os dois países, com metas até 2014. O Plano de Ação de Conjunta (batizado de "PAC chinês") estabelece objetivos em 11 áreas, entre elas energia e agricultura. De acordo com o Itamaraty, a ideia é "dar foco" ao trabalho de diplomatas envolvidos em projetos sino-brasileiros e, dessa forma, "acelerar" a execução dos projetos. Os pontos do PAC chinês serão revisados anualmente por uma comissão formada por representantes dos dois países. "Eles terão como responsabilidade monitorar, revisar e avaliar a implementação do plano", diz o acordo assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega chinês, Hu Jintao, que está em Brasília. O encontro bilateral ocorre em meio à 2ª Cúpula dos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China. Metas 'diplomáticas' Com 30 páginas, o Plano de Ação reúne, em sua maior parte, objetivos já estabelecidos entre Brasil e China, como "conduzir diálogos aprofundados" sobre a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Segundo um funcionário do Itamaraty, tratam-se de "metas diplomáticas", e não de "metas numéricas, comuns na iniciativa privada". No campo político, o PAC prevê encontros anuais entre os chanceleres dos dois países. Já na área econômica, Brasil e China se comprometem a "fortalecer" o diálogo sobre a implementação do reconhecimento da China como economia de mercado. Além disso, o documento prevê a organização de um seminário sobre energia nuclear, com o objetivo de discutir uma futura "cooperação" entre Brasil e China neste setor. Acordos Além do PAC, Brasil e China assinaram ainda outros 13 acordos e memorandos de entendimento. Um deles é o acordo para a criação de um complexo siderúrgico no norte fluminense, um negócio avaliado em US$ 5 bilhões e que será realizado pela brasileira EBX, em parceria com a estatal chinesa Vuhan Steel. Segundo o empresário Eike Batista, presidente da EBX, o projeto deverá ficar pronto em três anos e poderá abrigar até 300 empresas do setor siderúrgico. Na avaliação dele, o papel dos governos tem sido "fundamental" na expansão dos negócios entre China e Brasil. "Não é só conversa. É dessa interação política que surge o ambiente para os investimentos. E também porque, no caso da China, a recomendação vem de cima", disse o empresário, referindo-se à atuação das estatais chinesas. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.