Brasil é vulnerável a ataques, avalia grupo britânico

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Por Agencia Estado
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O chefe do Departamento de Investigações da Control Risks do Brasil, Ian Bannister, alertou hoje que o Brasil é um potencial alvo do terrorismo mundial por ser um país de grande interesse no Ocidente e que tem um limitado sistema de segurança. O Control Riskis é um grupo britânico especializado em segurança e gerenciamento de riscos empresariais. "Um ataque ao Brasil seria capaz de abalar toda a economia da América Latina", disse Bannister, ao participar de um seminário sobre segurança. De acordo com o executivo, o setor de inteligência dos Estados Unidos já relatou ter informações sobre a presença de grupos ligados a terroristas no Mercosul, inclusive com células desses grupos dentro do Paraguai. Além disso, segundo Bannifester, o Brasil também poderia ser envolvido em atentados terroristas por conta da facilidade de ingresso de estrangeiros no País, bem como na obtenção de documentos falsos. "Qualquer pessoa entra no Brasil pela Ponte da Amizade, saindo da Cidade do Leste, no Paraguai", comentou. Mesmo ponderando não querer "semear o pânico" no País e pedindo para que as pessoas mantenham sua rotina de vida, Bannister afirmou que os locais de maior risco são empresas multinacionais, câmaras de comércio e embaixadas e consulados. "A rede de crimes organizados e estrutura financeira eficientíssima instalada no País auxilia os terroristas, especialmente em esquemas de lavagem de dinheiro". Bannister também ressaltou que existe uma ligação entre terroristas árabes e as Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (Farc), o que pode facilitar ações na região. "Sabemos dos fortes elos que as Farc mantêm com o terrorismo árabe e com o IRA. Como as Farc já atuaram no Equador e na Venezuela, nada garante que amanhã eles ingressem no Brasil", estimou. Terrorismo e crime organizado Na visão do executivo, o envolvimento entre terroristas e o crime organizado tende a crescer após os ataques sofridos pelos Estados Unidos em 11 de setembro último. "Como a comunidade internacional interrompeu o fluxo de recursos financeiros dos terroristas, e o rastreamento de dinheiro continua, será natural que terroristas passem a realizar atividades do crime organizado para se autofinanciarem", analisou, estimando a atuação dos grupos em seqüestros de empresários e autoridades públicas, assaltos a banco e tráfico internacional de drogas. Além disso, segundo Bannifester, o Brasil também poderia ser envolvido em atentados terroristas pela facilidade de ingresso de estrangeiros no País, bem como na obtenção de documentos falsos. "Qualquer pessoa entra no Brasil pela Ponte da Amizade, saindo da Cidade do Leste, no Paraguai", disse. "Lembremos dos ataques à comunidade judaica na Argentina em 1992 e 1994; o seqüestro do avião da Air France em 1994; o ataque contra militares norte-americanos na base da Somália em 1993; e os atentados contra as embaixadas dos Estados Unidos na Tanzânia e no Quênia, em 1998", afirmou. "Os maiores ataques sempre aconteceram fora dos centros de maior atenção", excluindo, evidentemente, o ataque ao World Trade Center e ao Pentágono, nos Estados Unidos, considerados sem precedentes na história. Ele disse que, sob a ótica dos terroristas, a partir do momento em que o Brasil se aliou aos Estados Unidos, o País deixou de ser considerado neutro. "Vamos manter nossa vida cotidiana, mas temos que tomar mais cuidado", afirmou. Leia o especial

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