O Brasil está entre os 23 países cuja democracia mais avançou nas últimas décadas, mostra um novo estudo do brasileiro Fernando Bizzarro e do americano Scott Mainwaring, ambos da Universidade Harvard, na última edição do Journal of Democracy. Com base no índice de democracia liberal V-Dem, da Universidade de Gotemburgo, eles mediram o resultado da onda de democratização que tomou conta do planeta depois dos anos 70.
De 91 países que se tornaram democracias, entre 1974 e 2012, 34 sofreram rupturas ou golpes, num período médio de pouco menos de 11 anos. Dois sofreram involução gradual: Equador e Polônia. Entre os demais, 28 estagnaram num patamar democrático intermediário, semelhante ao da transição.
Apenas quatro saltaram de ditaduras para um patamar democrático elevado e lá permaneceram: República Checa, Lituânia, Estônia e Eslovênia. Oito dos que mais avançaram também atingiram esse nível alto de democracia até 2017: Cabo Verde, Chile, Letônia, Portugal, Eslováquia, Coreia do Sul, Espanha e Uruguai.
O Brasil, embora pertença ao grupo de 23 maiores avanços, permanece no nível intermediário de democracia, comparável a Senegal, Namíbia e Croácia – mas ainda aquém de Tunísia, Vanuatu, Panamá, Taiwan, Peru, Bulgária ou Grécia.
EUA
Novo caso constitucional contra Donald Trump
O Hotel Trump de Washington – usado pelo governo da Arábia Saudita, executivos de telecomunicações e outros interessados em decisões do governo americano – está no centro do caso judicial em que Donald Trump é acusado de ter violado o “artigo dos emolumentos” da Constituição, que proíbe o chefe de Estado de receber favores de corporações ou líderes estrangeiros. A inspetora-geral, Carol Ochoa, da agência estatal que cedeu o imóvel, revela em relatório ter desprezado o problema depois da eleição de 2016, mas afirma que a locação pode estar sujeita a rescisão em virtude de “questões constitucionais”.
Eleição 2020
Bloomberg está indeciso sobre candidatura
O bilionário e ex-prefeito nova-iorquino Michael Bloomberg ainda se diz indeciso. Na próxima quinta-feira, quando completa 77 anos, deverá anunciar se concorrerá à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata. Defensor do controle de armas e do combate às mudanças climáticas, Bloomberg investiu US$ 100 milhões em candidatos do partido em 2018. Concorrer em 2020 lhe custaria o quíntuplo. Dinheiro ele tem. Um obstáculo são as candidaturas prováveis do ex-vice Joe Biden e do empresário Howard Schultz, de perfis similares ao dele. Outro é a profusão de pré-candidatos democratas, pelo menos 14 entre prováveis e já declarados.
Reino Unido
Livro alemão retrata exilados do Brexit
A jornalista Kate Connolly, correspondente do jornal The Guardian em Berlim, é uma entre os mais de 7.400 cidadãos do Reino Unido agraciados com a cidadania alemã no ano passado, 160% a mais que em 2017. Em livro recém-lançado na Alemanha, Exit Brexit, ela narra como o Brexit deixou apreensivos 1,3 milhão de britânicos que vivem noutros países da União Europeia e explica por que decidiu se tornar alemã como o marido.
Internet
Números diários do Twitter decepcionam
O Twitter continua popular entre jornalistas, políticos e acadêmicos. Trump o transformou em ferramenta de governo. Mas seu alcance decepciona, segundo números divulgados na semana passada. No mundo todo, tem apenas 126 milhões de usuários diários, e só 39% dos perfis ativos o acessam todo dia. O Snapchat tem 60 milhões a mais.
Arte
US$ 84 mil para levar Dylan a Moçambique
Bob Dylan, músico, cantor, compositor, poeta, escritor e artista plástico, único ser humano já laureado com os prêmios Grammy, Pulitzer, Oscar e Nobel, cantava no álbum Desire que queria “gastar” (“spend”, ao pé da letra) um tempo em Moçambique. Durante a maior paralisação do governo na história americana, o Departamento de Estado gastou foi dinheiro mesmo com Dylan. Por US$ 84,4 mil, comprou uma escultura em ferro feita por ele, de 120 centímetros, destinada à Embaixada dos EUA em Moçambique.