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Brasil está 'equivocado' ao conceder asilo a senador boliviano, diz Morales

Roger Pinto, líder da oposição, alega sofrer perseguição política por criticar o presidente da Bolívia

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Por Redação
Atualização:

O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta quarta-feira, 13, que o Brasil está "equivocado" por ter concedido asilo político ao senador Roger Pinto, líder da oposição conservadora, e anunciou que enviará a Brasília documentos sobre as denúncias de suposta corrupção desse parlamentar.

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Morales declarou que não acredita que o asilo possa "proteger" Pinto, acusado por seu Governo de violação de direitos humanos e corrupção. "Vamos passar a documentação ao Brasil, para avaliarem esta situação que envolve muitos temas judiciais e penais", disse o presidente em entrevista coletiva em La Paz.

Da mesma forma, seu vice-presidente, Álvaro García Linera, classificou na última terça, 12, como "insensata" a decisão do Governo brasileiro. Segundo Linera, Pinto deve responder à justiça por assassinato e desvio de recursos públicos, entre outros delitos.

Na Bolívia, a oposição e organismos de direitos humanos acusam Morales de manipular a maioria dos juízes e promotores, o que impede processos justos e imparciais. Diante disso, dezenas de políticos e empresários buscaram refúgio no Brasil, Estados Unidos, Espanha, Paraguai ou Peru.

"Os 21 opositores mais importantes enfrentam julgamento. Chama a atenção que não há uma figura opositora que não tenha um processo", destacou hoje o jornal de La Paz "Página Sete".

Refugiado na embaixada brasileira em La Paz há duas semanas, Pinto pediu asilo ao Governo de Dilma Rousseff alegando perseguição política por criticar Morales e acusá-lo de não atuar contra o narcotráfico. O Ministério das Relações Exteriores (MRE)do Brasil informou , em nota, que o asilo foi concedido "à luz das normas e da prática do Direito Internacional Latino-Americano e com base no artigo 4.º, inciso X, da Constituição Federal".

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Senador pela região nortista de Pando, Pinto se queixou que há mais de 20 processos penais contra ele, todos abertos pelo Governo e cada "um mais descabelado que o outro", segundo ele.

Enquanto isso, Morales reiterou nesta quarta que na Bolívia não há perseguição política, mas "delinquentes políticos", e repetiu sua teoria: "Quem quer escapar a outro país sabe que cometeu delitos".

Com informações da Efe

 

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