
02 Junho 2016 | 21h27
O governo brasileiro está preocupado com a perspectiva de a Venezuela assumir pela primeira vez, a partir do fim deste mês, a presidência pro-tempore do Mercosul. Esse seria o normal, dentro do sistema de rodízio aplicado ao comando do bloco econômico. Mas há sérias dúvidas sobre se o país terá condições de desempenhar esse papel.
No Mercosul, há um pedido do Paraguai de aplicação, contra a Venezuela, da cláusula democrática - o que poderia resultar em sua suspensão do bloco. Há iniciativas semelhantes também na Organização dos Estados Americanos (OEA) e na Unasul.
O governo brasileiro ainda não tem uma decisão a respeito desse tema, segundo informou ontem o Palácio do Planalto. A expectativa é que o ministro das Relações Exteriores, José Serra, converse nos próximos dias com o presidente em exercício, Michel Temer, para definir um posicionamento.
Diante das muitas iniciativas, o ministro defendeu um “caminho único de negociação”. Ao longo dos últimos dias, ele se reuniu com o secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, e com o secretário-geral da OEA, Luis Almagro. Também deverá receber, nos próximos dias, o líder da oposição na Venezuela, Henrique Capriles.
Nos bastidores, a avaliação é que será “inevitável” discutir a situação da Venezuela na próxima reunião do Mercosul, marcada para o dia 24. A iniciativa do Paraguai é vista com simpatia, mas não há total segurança se será possível aplicar a cláusula democrática, pois para tanto é preciso um “fato determinado”.
Da mesma forma, há dúvidas sobre o sucesso do questionamento feito na OEA. A Venezuela tem maioria de votos na organização, pois muitos países da região dependem fortemente do petróleo por ela fornecido.
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