Brasil, EUA e OEA temem golpe na Guatemala

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Por AE
Atualização:

Brasil, Estados Unidos e a Organização dos Estados Americanos (OEA) temem que o golpe que derrubou o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, motive setores da Guatemala a seguir pelo mesmo caminho. O risco não parece ser iminente, mas deverá aumentar à medida que se aproxime a corrida eleitoral para a sucessão do presidente Álvaro Colom, em 2011. Sobretudo, se a primeira-dama, Sandra Torres, vier a se candidatar.Na semana passada, um observador dos EUA comentou a preocupação do Departamento de Estado com o possível colapso institucional na Guatemala. A mesma ponderação foi ouvida de representantes da OEA. Embora não houvesse mencionado a Guatemala, o chanceler Celso Amorim várias vezes ressaltou que o golpe de Estado em Honduras poderia abrir um precedente perigoso na América Latina.O caso da Guatemala preocupa desde maio, quando foi descoberto um vídeo gravado pelo advogado Rodrigo Rosenberg, dias antes de ser assassinado, no qual acusava o presidente Colom, os principais assessores dele e a primeira-dama por sua morte. Colom negou a acusação. A denúncia está sendo investigada pela Comissão da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Impunidade na Guatemala - órgão que tenta corrigir o nível de 98% de crimes sem punição no país."Na época, falou-se em golpe de Estado. Mas, dada a divisão da sociedade guatemalteca, seria mais provável uma guerra civil", afirmou o embaixador do Brasil na Cidade da Guatemala, Luís Antonio Fachini Gomes. "Não vejo essa possibilidade hoje. Mas não excluo o risco de golpe de Estado no futuro." Conforme explicou, as políticas de redução da pobreza e de renda mínima adotadas pelo governo Colom provocam duras reações de setores sociais tradicionalmente mais favorecidos. Colom tem 45% de aprovação, segundo recentes pesquisas. Em especial, mantém-se apoiado na população do interior do país, nas camadas mais pobres e nos sindicatos. Nos últimos dois meses, a preocupação com a contaminação da crise hondurenha na Guatemala motivou uma espécie de romaria de políticos e de empresários de lado a lado da fronteira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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