Brasil ganha mais quatro leões no Festival de Publicidade de Cannes

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil conquistou hoje mais quatro leões no 48º Festival Internacional de Publicidade de Cannes. Dessa vez na categoria Media Lions, na qual foram inscritos 53 trabalhos, dos quais dez foram parar no "short list" e quatro conquistaram o prêmio, que não se divide, ainda, em ouro, prata e bronze. O País ficou em segundo lugar na categoria liderada pelos Estados Unidos com cinco leões. A Giovanni FCB levou dois leões. Com um trabalho intitulado Basquete apresentou a estratégia adotada pela Nike para divulgar seus produtos relacionados a esse esporte, e o segundo vendia a imagem da própria agência. A gaúcha Upper conquistou um leão pela criatividade com a qual desenvolveu campanha marketing externo - adesivos colados em ônibus que os publicitários chamam de bust-door - para o desodorante Sanador, da Memphis. A peça era colada nas janelas do ônibus, em Porto Alegre, de forma que os braços de quem se segura nas barras ficassem próximos ao desodorante. Já o quarto leão do Brasil foi conquistado pela Leo Burnett Media para estratégia adotada para divulgação do Ace Detergente, da Procter & Gamble. Para o representante brasileiro no júri, o presidente do Clube de Mídia e diretor da DPZ, Daniel Barbará, o resultado não poderia ter sido melhor, levando-se em conta que foram distribuídos apenas 16 leões. Barbará afirmou ainda que muitos trabalhos brasileiros foram inscritos sem levar em conta os critérios de julgamento do festival. "Vamos preparar, pelo Clube de Mídia, um manual sobre Cannes, de forma a conquistar mais prêmios a partir do ano que vem", disse. O profissional de mídia é responsável por criar a melhor estratégia para que uma empresa se comunique com seus consumidores. A grande estrela do Media Lions, porém, era o poderoso presidente mundial da AOL Time Warner, Gerald Levin, contemplado com o título de Homem de Mídia Cannes 2001, prêmio que foi recebido anteriormente por Jean-Claude Decaux, do JCDecaux Group, no ano passado, e por Silvio Berlusconi, hoje primeiro- ministro da Itália, em 1999. Sorridente, Levin deu uma aula de otimismo em entrevista que antecedeu o jantar de gala do Media Lions. Disse que a economia americana "vai se estabilizar com o tempo" e que os consumidores estão bem, "as empresas e que deverão crescer menos em relação ao ano passado." Para sua sorte, entretenimento é um segmento que não sofre efeitos diretos, pois, ao contrário, o consumidor procura nos momentos ruins algo para distrair. Levin fez, ainda, um alerta para os publicitários, afirmando que precisam se preparar para o mundo novo da tecnologia digital e da interatividade, que abrirá espaço para o que classificou de "era de ouro da propaganda". Segundo Levin, as novas tecnologias permitirão aos publicitários atingir diretamente seus consumidores. Num espaço europeu como o Grand Palais de Cannes não foram perguntas sobre se a AOL Time Warner teria sucesso em oferecer entretenimento tipicamente americano na Europa. Levin disse que a empresa é global, "e se passa uma mensagem de imperialismo cultural dos EUA, estaria errando muito".

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