Brasil não deve tomar partido em conflito entre EUA e Irã

Ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, diz que País não tem 'rivalidade ou inimizade' com Teerça e atuará seguindo o mantra do governo, de que a política externa do Brasil tem que ser pragmática

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Por Célia Froufe (Broadcast), Beatriz Bulla e Enviadas especiais a Osaka
Atualização:

OSAKA, JAPÃO - Em meio à escalada das tensões entre Estados Unidos e Irã depois de um ataque a petroleiros no golfo de Omã e do abate de um drone americano, o Brasil não tomará partido do lado americano de forma automática. A sinalização foi dada na manhã desta quinta-feira, 27, pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.

"Não tem nenhuma rivalidade ou inimizade com o Irã. Pode ser parceiro em algumas coisas", avaliou Heleno a jornalistas brasileiros em Osaka, onde acompanha o presidente Jair Bolsonaro, que participará da reunião de líderes das 20 maiores economias do globo, o G-20.

Ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno (C) disse que Brasil não tem rivalidade com Irã e não tomará partido do lado americano de forma automática Foto: Marcos Corrêa/PR

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Heleno repetiu o mantra do governo de que a política externa do Brasil tem que ser pragmática. "Não tem ideologia, não", disse o ministro, ainda sobre a posição do Brasil em relação ao Irã. 

À margem do G-20, Bolsonaro se reunirá com os presidentes de Estados Unidos, Donald Trump, e China, Xi Jinping, e também terá uma reunião bilateral com Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita.

A perspectiva de uma guerra acidental na região do Golfo Pérsico não é descartada por analistas, que consideram arriscadas as movimentações de Trump e da Arábia Saudita. 

"Sobre a questão do Irã, em particular, esta é uma oportunidade para o presidente (Donald Trump) se envolver com vários líderes internacionais diferentes, nossos parceiros e aliados mais próximos, para obter apoio e discutir como podemos incentivar o Irã a entrar nas negociações e responder à diplomacia do presidente com diplomacia, em vez de terrorismo e chantagem nuclear", afirmou um dos negociadores americanos, durante conversa reservada com jornalistas nesta semana.

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