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'Brasil não tem o que fazer, a não ser aguardar negociação', diz Amorim

Chanceler se referiu ao impasse em Honduras e disse que país espera negociação na OEA.

Por Fabrícia Peixoto
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta terça-feira durante audiência pública no Senado, que o governo brasileiro "não tem o que fazer nesse momento", referindo-se ao impasse político em Honduras. Segundo o chanceler, o caminho agora é "aguardar as negociações no âmbito da OEA (Organização dos Estados Americanos)". "O protagonismo nesse caso não cabe ao Brasil. A comunidade internacional precisa compartilhar conosco as dificuldades ou ônus da crise", disse. Ainda de acordo com Amorim, o governo brasileiro vem fazendo sucessivos contatos com os organismos internacionais e com os Estados Unidos, no sentido de que todos acompanhem de perto a situação na embaixada. Amorim negou que o Brasil esteja interferindo em assunto doméstico de outro país. "O que está em jogo não é apenas a situação em Honduras, mas a democracia na região", disse. Avião Questionado pelos senadores, Amorim voltou a afirmar que o governo brasileiro não foi avisado sobre os planos do presidente deposto, Manuel Zelaya, de retornar a Honduras. Segundo ele, há cerca de três meses, Zelaya chegou a pedir um avião emprestado ao governo brasileiro para voltar a seu país. "Mas nós dissemos não", acrescentou. Amorim disse, mais de uma vez, que a discussão sobre a volta de Zelaya - e quem o apoiou - é "secundária nesse momento". "Essa discussão apenas nos desvia do debate principal, que é a solução do impasse", disse. Viagem O ministro aproveitou a visita ao Congresso para dizer aos deputados que viajar a Honduras nesse momento "não é recomendável". "Eu não aconselharia que os deputados fossem", disse Amorim. A previsão é de que um grupo com seis deputados viaje para Tegucigalpa nesta quarta-feira. "Minha grande preocupação é que não temos condição de dar nenhum apoio. Os diplomatas que estão lá têm de cuidar de sua própria segurança", disse. A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou, nesta terça-feira, uma moção de "repúdio" ao cerco militar à embaixada do Brasil. O autor do texto, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que os parlamentares precisam "mudar a qualidade do debate". Segundo ele, há duas moções de apoio ao governo interino de Robero Micheletti "circulando" na Câmara, mas não citou nomes. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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