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Brasil negocia submarinos com Argentina

Operação é citada no acordo bilateral da área de Defesa, assinado em Buenos Aires durante a visita do presidente Jair Bolsonaro

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Brasil estuda a entrega para a Argentina de até quatro submarinos alemães IKL-209, usados e operados pela Marinha há 30 anos. Todos precisam de reparos e modernização. Seria uma forma de compensar rapidamente e a baixo custo a perda do Ara San Juan pelo país vizinho, em 2017, em que morreram 44 tripulantes.

O submarinoARA San Juan, da Marinha Argentina, foi encontrado em 2018 após um ano do seu desaparecimento com 44 tripulantes. Foto: Marinha Argentina, via AP

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A operação é citada no acordo bilateral da área de Defesa assinado em Buenos Aires, durante a visita do presidente Jair Bolsonaro, pelos ministros Oscar Aguad e Fernando Azevedo e Silva. São mencionados também “a reparação, manutenção e construção” de versões convencionais, de propulsão diesel-elétrica, do mesmo tipo de navios. 

Oficiais ouvidos nesta sexta-feira, 7, pelo Estado consideram a necessidade de conclusão da análise do negócio, iniciada ainda em 2018. Os militares defendem a definição de um valor unitário para os submarinos, na faixa média entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões, e o estabelecimento de protocolos de compensação. Há ainda uma questão a ser resolvida pelo Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty: a reação do Reino Unido, considerada a crise não solucionada envolvendo a soberania do arquipélago das Malvinas, causa de uma guerra de 65 dias, em 1982, que deixou 907 mortos.

Os quatro submarinos Tupy deslocam 1.440 toneladas e medem 61 metros. Levam 36 tripulantes. São armados com torpedos de 533 milímetros e têm autonomia de 15 mil quilômetros. O modelo é da empresa alemã HDW. Engenheiros navais brasileiros usaram o projeto para construir o Tikuna, uma versão maior, com capacidade estendida, em uso desde 2006. Essa unidade não entra na negociação bilateral.

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