O chanceler brasileiro, Aloysio Nunes Ferreira, rejeitou assinar uma nota de ministros sul-americanos contra o uso de armas químicas pelo governo da Síria. A proposta de uma declaração foi feita no encontro de ministros dos oito países do Mercosul e da Aliança do Pacífico, no Ministério de Relações Exteriores da Argentina, ontem. O tema central do encontro foi a intensificação do comércio entre os dois blocos.
A nota foi lida pela ministra das Relações Exteriores argentina, Susana Malcorra, durante entrevista coletiva. Ela mencionou a recusa de seu colega brasileiro. “Efetivamente, o Brasil não assinou o documento. O chanceler Aloysio Nunes pediu um pouco mais de tempo para fazer as consultas necessárias e aceitamos que eventualmente assinem o comunicado. Mas quisemos sair dessa reunião com o comunicado ratificado por aqueles que estavam dispostos a fazê-lo”, disse a chanceler.
Na nota, os países dizem que ações que combatam massacres com armas químicas “devem ser respaldadas pela comunidade internacional”, desde que respeitem o direito internacional e recomendações da ONU. O ministro Aloysio Nunes apresentou depois seus motivos a alguns jornalistas brasileiros.
Segundo ele, o Itamaraty já havia publicado uma declaração de censura ao uso de armas químicas e por isso seria desnecessária uma nova manifestação. O chanceler também lembrou a posição brasileira contrária ao uso unilateral de força, sem aval das Nações Unidas, referindo-se indiretamente ao lançamento de mísseis por forças americanas contra uma base síria.