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Brasil quer regulamentação do Protocolo de Kyoto

Por Agencia Estado
Atualização:

A delegação do Brasil na Conferência sobre o Clima, em Bonn, lutará para obter a regulamentação do Protocolo de Kyoto. Com isso, de acordo com o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Gilvan Meira, que passará a integrar nesta quarta o grupo de negociadores sob o comando do ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, os países que aparentemente querem ratificar o protocolo - casos da União Européia (UE) e das nações em desenvolvimento - terão condições legais de fazê-lo. Os Estados Unidos já disseram que não vão assinar o documento. O Japão, também, tem se mostrado reticente quanto à ratificação do Protocolo. O presidente Fernando Henrique Cardoso escreveu uma carta ao primeiro-ministro japonês Junichiro Koizumi para tentar convencê-lo a apoiar o documento. "Se os países não souberem exatamente o que será definido, não terão condições de mandá-lo para ratificação em seus parlamentos", disse Meira. Os temas que deverão ser tratados na regulamentação são os mecanismos de desenvolvimento limpo, que são medidas voluntárias para diminuir a emissão de gases, a discussão sobre créditos para absorção de gás carbônico por florestas e se haverá alguma forma de sanção aos países que não diminuírem suas emissões de gases que causam o chamado efeito estufa. Proposta brasileira em 1997, a sanção poderia incluir alguma forma de compensação em que os países mais industrializados, responsáveis pela maior parte dos gases emitidos, financiem estudos para fazer com que os menos desenvolvidos utilizem formas de energia sustentáveis. Considerado, junto com a Índia e a China, um dos líderes do bloco de nações em desenvolvimento, o Brasil poderá enfrentar dificuldades para aprovar suas propostas. No segundo dia do encontro, além do desânimo dos delegados com a possibilidade de não haver avanços, registraram-se divergências entre os representantes do bloco europeu e o grupo que inclui a China e o Brasil. A questão é considerada preocupante pelos especialistas porque diminui as possibilidades de acordo. A posição do governo brasileiro nessas negociações tem, em geral, coincidido com a das Organizações Não-Governamentais (ONGs) que lidam com o tema. "Historicamente, a postura do Brasil tem sido muito consistente", afirmou o representante latino-americano na Climate Action Network, rede internacional de ONGs para mudança de clima, Rubens Harry Born. No Brasil, foi criada uma comissão interministerial para estudar formas de energia sustentável. Também foi criado o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas para conscientizar população e empresas dos efeitos do aquecimento global. Além da elevação do nível dos mares, o que traria inundações para cidades litorâneas, pesquisadores preveêm quedas bruscas na produção agrícola por conta do aumento da temperatura global.

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