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Brasil reconstrói pontes destruídas por Israel

Itamaraty começa a investir em Gaza doação de US$ 10 milhões anunciada há três anos, em busca de mais protagonismo na região

Por Roberto Simon , NUSEIRAT e FAIXA DE GAZA
Atualização:

Quem passa pela estradinha maltratada que corta Nuseirat, campo de refugiados na periferia da Cidade de Gaza, encontra uma placa com as bandeiras brasileira e da ONU fincada diante de um canteiro de obras. E um aviso: o Brasil está bancando a reconstrução das três pontes que ali existiam, até serem destruídas por Israel na guerra com o Hamas de 2008-2009. O custo da reconstrução das pontes soma menos de 10% do dinheiro que o Brasil pretende doar nos próximos anos para Gaza - sinal de como o País está tentando se envolver na questão palestina, a pedra de toque da política no Oriente Médio.Elo entre as regiões norte e sul de Gaza, as vias de Nuseirat foram alvo de jatos israelenses que tentavam cortar linhas de suprimento do Hamas durante os combates. Segundo Israel, o grupo islâmico - que desde 2007 governa o território palestino - usava as pontes para transportar foguetes, disparados contra cidades israelenses.Pelos planos de reconstrução, as passagens serão ampliadas e reforçadas, explica Alaa Shaat, engenheiro-chefe da obra. A maior das três pontes, por exemplo, tinha 23 metros de extensão quando foi arrasada. A nova terá 92 metros, com estrutura de sustentação mais larga."E se amanhã houver outra guerra e todas forem arrasadas novamente? Reconstruiremos - e ainda maiores", diz Shaat ao Estado, enquanto caminha entre os operários.O custo total das três pontes será de US$ 950 mil. Ele representa uma parcela da doação de US$ 10 milhões a Gaza que o Brasil havia prometido em 2009 na Conferência de Sharm el-Sheik, no Egito, logo após o cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Se for de fato concluída, a ajuda coloca o Brasil entre os dez maiores doadores para o isolado território palestino - empatado com a Índia.Segundo o engenheiro-chefe, a reconstrução das pontes teve início em agosto e elas devem ficar prontas "no máximo até março".

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