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Brasil será 'parceiro-chave' em negociações climáticas, diz porta-voz de Biden

Declaração da porta-voz da Casa Branca foi dada um dia depois de Biden assinar medidas executivas para colocar as questões climáticas no centro da discussão de política internacional

Foto do author Beatriz Bulla
Por Beatriz Bulla e Correspondente
Atualização:

WASHINGTON - Um dia após lançar um plano ambiental que deve pressionar o governo brasileiro a assumir compromissos com a preservação da Amazônia, a porta-voz do governo dos Estados Unidos, Jen Psaki, afirmou que o Brasil será um "parceiro-chave" no debate sobre questões climáticas que o país planeja liderar.

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"Nós anunciamos que faremos uma Cúpula do Clima e é claro que essa é uma grande prioridade para Biden. É por isso que ele pediu para seu amigo, o ex-secretário (John) Kerry, liderar o nosso esforço climático internacional. Certamente, o Brasil será um parceiro-chave nisso", afirmou Psaki nesta quinta-feira, em uma entrevista coletiva, após ser questionada por repórter da GloboNews sobre quais medidas poderiam ser tomadas como forma de pressão ao Brasil na agenda de proteção ambiental.

Ontem, Biden assinou medidas executivas para colocar as questões climáticas no centro da discussão de política internacional. No texto de uma das ordens assinadas pelo presidente americano, há uma citação à Amazônia. O presidente americano defende a criação de um plano para proteção da floresta e de ecossistemas críticos que reduzam a pegada de carbono global.

Presidente Joe Biden faz pronunciamento sobre o clima ao lado de seu enviado especial para o tema, John Kerry, e sua vice-presidente, Kamala Harris, na Casa Branca Foto: Evan Vucci/AP

Durante a campanha, Biden chegou a dizer que organizaria um fundo de US$20 bilhões para preservação da Amazônia e que o Brasil sofreria sanções econômicas caso não se comprometesse com a preservação da floresta. Nenhuma dessas medidas, no entanto, foi detalhada até o momento. Departamento de Estado e Tesouro americano deverão trabalhar sobre o tema nos próximos meses. 

Psaki disse que "ainda é cedo para falar como essas negociações serão". Ela também evitou antecipar quais países serão convidados para a Cúpula que os EUA pretendem organizar em 22 de abril, sobre o clima. Segundo ela, não foram feitos convites até o momento.

Segundo a ordem executiva, o encontro é uma reedição do Fórum das Grandes Economias para Energia e Clima, lançado em 2009 no governo Obama. Nas edições passadas, os EUA convidaram Austrália, Brasil, Canadá, China, União Europeia, França, Alemanha, Itália, Indonésia, Índia, Japão, Coreia do Sul, México, Rússia, África do Sul e Reino Unido.

As medidas assinadas ontem por Biden colocam a questão climática como elemento central da política externa americana, o que deve pressionar o governo Bolsonaro a assumir compromissos concretos pela preservação da floresta. Desde o primeiro ano de seu mandato, Bolsonaro sofre críticas da comunidade internacional pela alta nas queimadas na floresta e por declarações que negam a existência de uma crise ambiental. 

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A mudança na Casa Branca, com a gestão Biden, muda a posição dos EUA sobre o assunto. Os americanos estão mais próximos, agora, dos europeus, que já vinham cobrando o Brasil por um compromisso explícito com a agenda climática.

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