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Brasil vai comandar Força de Paz da ONU no Haiti

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério da Defesa já se prepara para enviar 1470 homens para participar da Força Manutenção da Paz da Organização das Nações Unidas (ONU), no Haiti, a partir de julho, quando se encerram os trabalhos da força de emergência que está tentando restabelecer a paz naquele país. As informações foram dadas hoje pelo ministro da Defesa, José Viegas Filho que, em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabeleceu algumas linhas de trabalho da missão que será composta por militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Na entrevista, Viegas salientou que o Brasil está preparado para comandar a Força de Paz no Haiti e lembrou que recebeu tal convite da própria ONU, reforçado por manifestações de países como França, Estados Unidos, da União Européia, do Peru, da Argentina e do Chile. Viegas comentou que, durante visita ao Chile, onde esteve a Feira de Indústria Aeroespacial se reuniu com ministros da Defesa de vários desses países que não só endossaram a liderança brasileira na força de paz , como anunciaram que também enviarão efetivos ao Haiti. A permanência prevista da Força de Paz no Haiti é de seis meses, podendo ser prorrogados, e os soldados das três forças deverão ser enviados a partir de julho, quando a missão de restabelecimento da paz encerra seus trabalhos. Segundo Viegas, a posição de comando do Brasil se deve ao seu caráter "multiétnico, que não inspira reações contrárias". Viegas fez questão de ressaltar que a natureza da operação dos brasileiros é muito diferente da das Forças Armadas dos Estados Unidos no Iraque, já que no Haiti a ONU deverá consolidar o processo de restabelecimento da paz e de eleições. Por isso mesmo, ele tranquilizou as famílias brasileiras cujos militares deverão integrar a força de paz, esclarecendo que já há no Haiti uma força de paz desde o golpe que derrubou o então presidente Jean Aristide, e não houve nenhuma baixa causada por confrontos. "A situação é radicalmente diferente daquela vivida no Iraque", assegurou o ministro. Viegas não disse quanto o Brasil espera gastar no envio dos soldados. Salientou, no entanto, que o governo brasileiro adiantará o valor do embarque e preparação da tropa e, posteriormente, parte do valor será ressarcido pela ONU. O ministro fez a ressalva de que ainda estão sendo mantidos entendimentos para se definir tanto a posição dos militares brasileiros na Força de Paz quanto o número exato de homens a ser enviado. O Brasil ainda aguarda a definição de estudo do Secretário-Geral da ONU sobre a formação da Força de Paz e o devido comunicado com o convite ao Brasil. "Nos sentimos muito honrados com o convite", disse ele, esclarecendo que o estudo é que vai definir o mandato e a estrutura da Força de Paz. Somente com essa definição, será possível ao Ministério da Defesa do Brasil decidir a modalidade da missão a ser enviada. Atualmente, o Brasil tem apenas uma missão de paz: no Timor Leste. Ela é composta por um pelotão - cerca de 50 militares, todos do Exército. Essa missão existe desde 1999. A previsão oficial de término é em junho deste ano. É possível uma prorrogação dessa missão de paz, dependendo de aprovação da ONU a pedido do Timor Leste. O Brasil já esteve também em missões de paz em Angola e na República Dominicana, entre outros países.

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