Brasil vai identificar na Bolívia carros roubados

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Por AE
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Brasil e Argentina enviaram especialistas à Bolívia para identificar automóveis roubados nos seus países, entre os 128 mil veículos contrabandeados para a Bolívia que o governo de Evo Morales começou a legalizar.Quando iniciou o processo de legalização, o governo boliviano pediu aos governos do Peru, Argentina, Brasil, Chile e Paraguai que enviassem listas com números dos chassi e motores de carros roubados. A Argentina e o Brasil, contudo, enviaram especialistas que irão trabalhar com a Direção de Prevenção a Roubo de Veículos (Diprove), uma repartição da polícia boliviana, na identificação dos carros legalizados. As informações partiram de diplomatas argentinos e brasileiros na Bolívia.Representantes dos cinco países se reuniram ontem com o vice-chanceler da Bolívia, Juan Carlos Iturralde, para coordenar um plano de cooperação. Relatórios extraoficiais indicam que entre 4 mil e 5 mil automóveis roubados nos países vizinhos entraram na Bolívia nos últimos anos. O embaixador da Argentina na Bolívia, Horácio Macedo, disse que pelo menos "90 casos" de carros roubados na Argentina e levados à Bolívia interessam ao seu país.A decisão de Evo de legalizar os carros contrabandeados foi criticada no Brasil e na Argentina. O secretário de Segurança Pública de Rondônia, Marcelo Bessa, declarou a uma comissão legislativa estadual que a decisão boliviana pode insuflar a delinquência, já que "normalmente, carros roubados são moeda de troca para a droga que entra no Brasil".A maioria dos 128 mil carros que foram registrados para legalização na Bolívia são automóveis usados, descartados no Brasil e na Argentina, mas que têm grande demanda na Bolívia por causa do baixo preço. Vários dos automóveis usados também vem da Ásia, ingressando a partir da zona franca boliviana no porto chileno de Iquique.A anistia de Evo também foi criticada dentro da Bolívia, porque contradiz uma norma anterior do próprio mandatário, que tentou proibir a compra de carros usados no exterior. Evo disse há quase dois anos que não queria que a Bolívia virasse um "depósito de sucata". As informações são da Associated Press.

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