29 de junho de 2018 | 23h37
A brasileira Maria tem 8 anos e está há 64 dias separada do pai e da mãe nos Estados Unidos. Em vez de um abrigo, ela vive com uma família adotiva provisória, juntamente com duas meninas latino-americanas de 10 e 12 anos. Sua “mãe” é Miss Sánchez, que a leva para a escola às 8 horas e a busca às 15 horas.
O espanhol é a língua falada em casa e durante as aulas. Maria é um nome fictício para a garota que cruzou a fronteira do México com os EUA com o pai há mais de dois meses. Detido na travessia, ele foi enviado a uma prisão federal, em meio à política de "tolerância zero" que tinha sido adotada pelo governo do presidente Donald Trump. A mãe de Maria entrou no país em outro ponto, com o filho de 4 anos, disse o cônsul-adjunto em Houston, Felipe Santarosa.
Na quinta-feira ele visitou a menina na escola onde ela estuda, nas imediações de San Antonio, no Texas. “Ela é uma menina tímida, que não fala muito.” Segundo o diplomata, a mãe de Maria está na Filadélfia, com o filho. “Aparentemente, ela não foi presa”, afirmou. A brasileira fala duas vezes por semana com a mãe e de maneira esporádica com o pai.
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Santarosa disse não saber quando a menina poderá deixar a casa adotiva e se juntar à sua família. “Eles precisam coletar as impressões digitais da mãe e de todas as pessoas que vivem na residência onde a garota ficará.”
Até agora, todas as crianças visitadas pelo diplomata estavam em abrigos para imigrantes menores de idade. Desde o início de maio, pelo menos 58 crianças e adolescentes brasileiros foram separados dos pais depois de entrarem nos EUA de maneira irregular, entre os quais Maria.
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