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Brasileira suspeita de farsa presta depoimento à Justiça suíça

Por Jamil Chade
Atualização:

A brasileira Paula Oliveira prestou ontem novo depoimento em Zurique, na Suíça, mas se recusou a falar com a imprensa. Ela é suspeita de ter inventado um suposto ataque xenófobo que teria ocorrido há duas semanas, numa estação de trem de Zurique. Na ocasião, Paula disse que sofreu um aborto por causa do ataque. Ontem, nem a família da brasileira nem a Justiça suíça revelaram o conteúdo do novo depoimento. Segundo o advogado da brasileira, Roger Muller, a confissão de farsa feita à polícia anteriormente não tem valor legal . O Ministério Público de Zurique admitiu que a versão de Paula contada à polícia não seria suficiente para o encerramento do caso, mas a Justiça garantiu que considerará também o conteúdo do depoimento de Paula à polícia feito ainda no hospital, pois a confissão foi assinada pela brasileira. O CASO Duas semanas atrás, Paula acordou seus pais, no Recife, com um telefonema. A advogada brasileira dizia que tinha sido atacada por um grupo neonazista e sofrido um aborto. O corpo de Paula estava marcado por cortes simétricos que, em algumas partes, formavam a sigla de um partido suíço de extrema direita. Mas um laudo médico da Universidade de Zurique provou que ela não estava grávida. Seu pai, Paulo Oliveira, continuou afirmando que não duvidaria da palavra da filha. Por ter dado falso testemunho, ela poderia ser condenada a até 3 anos de prisão na Suíça. Mas seu advogado estima que a punição não passará de uma multa. Já o promotor de Justiça, Marcel Frei, não descarta a possibilidade de que um tratamento psiquiátrico seja recomendado. Ontem, nem mesmo o pai de Paula pôde entrar na sala onde foi prestado o depoimento. O promotor disse em entrevista ao Estado na semana passada que só tomaria uma decisão sobre o futuro de Paula depois de ouvir o primeiro depoimento. Segundo Frei, se não houver necessidade de que Paula permaneça na Suíça, ela poderá retornar ao Brasil.

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