Brasileiro participa da guerrilha colombiana

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Por Agencia Estado
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Um jovem brasileiro, de codinome "Isauro" e aparentando ter 18 anos, faz parte da equipe de guerrilheiros que garante a segurança do presidente Andrés Pastrana e do chefe guerrilheiro Manuel Marulanda durante as negociações de paz. "Isauro" explicou que se uniu ao mais poderoso e antigo grupo rebelde da Colômbia para fugir da exploração que sofria no Brasil. "Vim para a guerrilha porque estava trabalhando nas minas", disse "Isauro" à Associated Press, num bom espanhol. Ele afirmou que está há pouco mais de dois meses entre os rebeldes colombianos. O jovem usava uma boina com o logotipo das Farc, um emblema com o rosto do revolucionário Ernesto "Che" Guevara e um fuzil AK-47. Sua função atual é a de garantir a segurança do presidente colombiano, que pernoitou em San Vicente del Caguán, a cerca de 300 km ao sul de Bogotá, a fim de dar prosseguimento hoje nas conversações com Marulanda visando a retomar o processo de paz. Muito sorridente diante do assédio dos repórteres, o jovem moreno e delgado com um bigode de adolescente afirmou que entre os guerrilheiros se joga futebol, e "nós os brasileiros somos os melhores". As Farc contam atualmente com cerca de 16.500 homens em armas, segundo estimativas do Ministério da Defesa. Apesar de a presença de estrangeiros não ser comum, surgiram notícias dando conta que além do brasileiro fazem parte do contingente guerrilheiro um venezuelano e dois equatorianos. Durante as guerras civis na América Central nos anos 80 foi comum estrangeiros com ideais revolucionários engrossarem as fileiras de sandinistas na Nicarágua ou da guerrilha salvadorenha. "Como o conflito na Colômbia intensificou-se nos anos 90, esse fenômeno não ocorreu aqui", explicou um comandante das Farc, apelidado de "Fernando".

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