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Brasileiros com dupla cidadania antecipam mudança para o Reino Unido

Ideia é concluir processo antes do fim do período de transição, iniciado na última sexta-feira, 31

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Por Thaís Ferraz
Atualização:

Os brasileiros que planejavam se mudar para o Reino Unido usando passaporte europeu estão acelerando o processo para que ele esteja concluído até o fim do período de transição, que termina em dezembro. 

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“Eu comecei meu processo de cidadania portuguesa em 2015 e só consegui concluir no ano passado”, conta Vinicius Rossi. “Então, recebi a notícia de que o Brexit ocorreria no dia 31 de outubro (prazo que depois foi estendido).”

“Eu pensei: preciso ir agora, senão não vou mais. Larguei tudo, emprego, devolvi apartamento”, conta. Há seis meses no Reino Unido, Vinicius já está apto a se cadastrar no sistema EU Settlement Scheme e aguarda a chegada da noiva, que poderá permanecer no país com um visto familiar. 

Relógio projetado na residência do primeiro-ministro britânico Boris Johnson marca fim da contagem regressiva para o Brexit Foto: Tolga Akmen/AFP

A advogada e diretora da Casa do Brasil em Londres, Vitória Nabas, afirma que muitos brasileiros ainda estão tentando chegar ao Reino Unido com passaporte europeu. Ela destaca que tudo ainda é muito incerto sobre o que vai ocorrer após o período de transição.

“A legislação ainda não foi divulgada. Sabemos que deve ser feita com base em um sistema de pontos, como acontece na Austrália e no Canadá para alguns tipos de vistos. Mas ainda não sabemos como vai ser exatamente.” 

A embaixada britânica em Brasília afirma que turismo e educação não devem ser afetados. “Não há mudanças previstas para entrada de turistas no país durante o período de implementação. Como antes, para viagens de turismo com duração de até 6 meses, será necessário apresentar um passaporte válido”, afirmou o órgão em nota enviada ao Estado

No entanto, quem vai ao Reino Unido para estudar precisa se planejar se pretende ficar após o prazo. A advogada Paula – que preferiu não ter o sobrenome publicado – pretende fazer um mestrado no país. 

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“Não seria interessante conseguir uma qualificação lá, principalmente em um tipo de direito diferenciado e, depois, precisar sair”, diz. “Eu queria ter as portas abertas, caso decidisse ficar lá.” Assim, Paula e o marido aceleraram o processo de mudança: ele, cidadão italiano, foi para o Reino Unido no dia 14 e ela seguirá em março.

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