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Briga pela liderança marca apuração eleitoral na Costa Rica

Por Agencia Estado
Atualização:

O Comitê Eleitoral da Costa Rica deu prosseguimento hoje à apuração manual de votos para definir o vencedor das eleições presidenciais realizadas no último domingo, que promoverão um novo panorama político e que devem demandar uma intensa negociação entre classes no país, segundo os analistas. Após a apuração oficial de 88,44% dos sufrágios, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que o ex-presidente (1986-1990) e Prêmio Nobel da Paz (1987) Oscar Arias tem apenas 3.250 votos de vantagem sobre o segundo colocado, o economista Ottón Solís. Os 11,56% restantes para o término da apuração, referentes a 712 colégios eleitorais, correspondem a votos que não podem ser computados eletronicamente por diversas razões. Ontem teve início a contagem manual, para que os resultados atinjam logo 100%, mas devido à pequena diferença de 0,23 pontos percentuais entre os dois candidatos, o TSE anunciou que antes de proclamar o novo presidente realizará uma apuração manual da totalidade dos votos, o que poderá demorar mais duas semanas. Com 84,06% dos votos apurados nas eleições para as 57 cadeiras da Câmara, nenhum partido conseguiu a maioria simples, de 29 deputados, e, segundo as projeções, o próximo Congresso será dividido em dois grandes blocos, um de Governo e outro de oposição. O Partido da Libertação Nacional (PLN, social-democrata), que apresentou Arias como candidato, obteria 25 cadeiras, enquanto o Partido Ação Cidadã (PAC, centro), de Solís, 18 legisladores. Arias assegurou, em declarações à imprensa, que ele "tem a capacidade de diálogo" e que o importante será "construir pontes" e "buscar aproximações" com outras forças políticas. Solís disse, por sua vez, que ele e Arias apresentam ao país "dois caminhos diferentes", mas que no "no final é preciso buscar uma rota baseada na união e no trabalho de cooperação". A necessidade de um pacto social também foi ressaltada pelo secretário da Associação Nacional de Funcionários Públicos (ANEP), Albino Vargas, que disse que as classes precisam "sentar e falar sobre um pacto social" no país com as novas forças políticas.

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