Britânicos atacam, mas não avançam em Basra

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Por Agencia Estado
Atualização:

As tropas britânicas mantiveram hoje a pressão sobre as forças iraquianas em Basra, sitiada há mais de uma semana, mas o governo do Iraque continua controlando firmemente essa estratégica cidade, a segunda maior do país (1,5 milhão de habitantes). Os britânicos tocaram tiros com membros das milícias do partido governista Baath e com combatentes que não fazem parte do Exército regular. Tanques da coalizão controlavam estradas ao redor da cidade, mas não penetraram na cidade. Um soldado britânico foi morto e vários feridos em confrontos na região de Basra, informou um porta-voz das forças da Grã-Bretanha. Os militares britânicos disseram ter matado 30 combatentes iraquianos e capturado igual número. "Nada mudou de fato em Basra. O governo mantém pleno controle da cidade. Eles ainda a administram completamente", comentou um morador. "O povo está vendo isto como uma ocupação. Se o governo nos der armas, lutaremos contra os norte-americanos e os britânicos." Outros moradores contaram que a vida segue normal em Basra e alguns restaurantes continuam abertos. "Às vezes é difícil para os funcionários públicos manterem suas atividades por causa do bombardeio, mas, fora isso, o Estado controla a cidade. Basra está estável", disse um residente que apenas se identificou como Muhammad. Mas há escassez de água e o preço de produtos básicos subiu vertiginosamente. Basra está sendo bombardeada pela aviação anglo-americana desde o início da guerra, há 12 dias. A morte de cerca de 200 membros do Baath num bombardeio no sábado, segundo militares norte-americanos, e a prisão de um general e a morte de um coronel iraquiano hoje, segundo militares britânicos, não alterou o quadro. Os ataques parecem apenas ter enfurecido os civis. Moradores disseram que depois do ataque à reunião do Partido Baath, seus membros retomaram as atividades em outros locais. A situação é oposta à da 1ª Guerra do Golfo, em 1991, quando a população xiita da cidade se rebelou contra Saddam Hussein. O levante foi brutalmente sufocado e as forças ocidentais, que haviam acabado de expulsar o Exército iraquiano do Kuwait, não acudiram para ajudar os revoltosos. Hoje, os moradores desconfiam das forças da coalizão. Veja o especial :

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