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Britânicos em alerta máximo nas Malvinas

Por Agencia Estado
Atualização:

A mais formidável base militar do Atlântico Sul, a de Mount Pleasant, mantida pelas forças britânicas no arquipélago das Falklands/Malvinas, está em condição de alerta máximo há 11 dias por conta da guerra contra o terror. Caças supersônicos Tornado F-3, aviões EC-130 de monitoramento eletrônico, helicópteros anti-submarinos, uma fragata lança-mísseis, lanchas torpedeiras e um grande jato VC-10/T de reabastecimento em vôo, estão empenhados em uma operação de monitoramento ininterrupto do espaço aéreo da região. Linha de fuga As autoridades de defesa da Grã Bretanha e dos Estados Unidos temem o uso clandestino das rotas antárticas como linha de fuga de lideranças do terror internacional rumo a refúgios na América do Sul. A mudança do padrão de vigilância em Mount Pleasant foi determinada pelo almirante Michael Boyce, chefe do Estado-Maior da Defesa, no mesmo dia em que o governo americano revelava que suas agências de inteligência haviam tomado conhecimento de novos atentados em preparo por organizações terroristas alinhadas com a Al-Qaeda de Osama bin Laden. Às 6 horas da manhã de 28 de outubro, uma segunda-feira fria de 8 graus nas setecentas ilhas austrais inglesas, as tripulações dos 4 caças supersônicos Tornado F-3 do Esquadrão 1435 fizeram as primeiras patrulhas em regime de vigilância de reação rápida. Esses grandes jatos de emprego múltiplo decolaram com oito mísseis de combate aéreo e 750 projéteis de 27 milímetros para o canhão de bordo. Cada missão de patrulha dura em média duas horas, com raio de ação de 740 quilômetros sem reabastecimento aéreo de combustível. A base Pleasant foi construída logo depois da guerra com a Argentina pelo controle das ilhas, em 1982. Capacetes à mão Além do grupo da Royal Air Force (RAF) já instalado na base, outros quatro supersônicos do mesmo tipo estão sendo transferidos da Europa para as Falklands/Malvinas. O esquema de pronta resposta será mantido por tempo indeterminado e envolve pouco mais de 1,6 mil soldados da marinha, do exército e da aeronáutica. O pessoal da RAF, formado por 16 duplas de piloto e navegador para os Tornado, implica o trabalho em terra de 69 especialistas em manutenção. As tripulações permanecem o tempo todo com seus macacões de vôo, capacetes à mão, em salas anexas aos abrigos de concreto construídos na menor distância possível da pista de 2.590 metros. Os Tornados voam a 2.6 mil km/hora e podem transportar até 9 toneladas de mísseis e bombas. A fragata lança-mísseis e as corvetas torpedeiras da Marinha são responsáveis pelo controle da área de exclusão, um círculo de pouco mais de 500 quilômetros em redor das ilhas principais, onde está a capital, Port Stanley. No ar, um Hércules EC-130H faz o acompanhamento da atividade eletrônica e a escuta de comunicações no espaço aéreo e na superfície. Rotas antárticas O uso das rotas antárticas para vôos irregulares é rotina entre traficantes de drogas. O espaço aéreo é pouco vigiado e a instabilidade magnética típica da região dificulta o controle. Todos os novos jatos executivos de última geração têm autonomia suficiente para realizar vôos intercontinentais transpolares e, com uma ou duas escalas, desembarcar passageiros em pistas clandestinas de qualquer ponto da América do Sul. Leia o especial

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