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Brizola se irrita com rejeição de Freire ao PFL

Por Agencia Estado
Atualização:

Mesmo considerando improvável o apoio institucional de todo o PFL ao pré-candidato da Frente Trabalhista (PDT-PPS-PTB) à Presidência, Ciro Gomes, o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, deve atacar nesta terça-feira publicamente o presidente do PPS, senador Roberto Freire (PE), que rejeita aliar-se aos pefelistas. A iniciativa, que pode abrir uma crise na frente, acontecerá em encontro de Brizola e Ciro em Brasília. Além de considerar que apoio não se rejeita, o presidente do PDT está irritado com o senador por achar que ele estimula, no Rio Grande do Sul, a candidatura de Antônio Britto ao governo. Curiosamente, Brizola e seus comandados estão céticos em relação à adesão integral do PFL. Ele já confidenciou a dirigentes do partido avaliar que o máximo que a Frente Trabalhista (PDT-PPS-PTB) conseguirá dos pefelistas será que seus integrantes mais revoltados com o governo - como o presidente, Jorge Bornhausen, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães e a família Sarney - se juntem à união, e com limitações. Ele duvida da capacidade desses políticos de impor sua vontade internamente. Na avaliação do presidente do PDT, apesar da revolta entre os pefelistas com relação ao naufrágio da candidatura de Roseana Sarney, é improvável que os ?rebeldes? do PFL tenham maioria para vencer a ala governista. Entre outros pedetistas, o ambiente em relação a uma aproximação dos pefelistas com Ciro também é de desconfiança e cautela. ?Achar que o PFL pode nos apoiar é imaginar que se pode chamar Oscar Niemeyer para demolir Brasília, é meio incompreensível?, ironizou o líder do PDT na Câmara, deputado Miro Teixeira (RJ). Para Miro, antes de qualquer coisa, a Frente Trabalhista precisa fechar um programa mínimo. ?Somos partidos diferentes, com votações diferentes em matérias relevantes?, disse. ?Feito o programa, vamos ver quem vem nos apoiar. O doutor Tancredo Neves reuniu gente da antiga Frente Liberal, que ainda não era nem um partido, em torno de propostas como convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte, diretas para presidente, eleição direta para prefeitos das capitais.? O parlamentar também defendeu um derradeiro movimento para tentar unir a oposição ainda no primeiro turno. Outro dirigente pedetista, o ex-deputado Carlos Lupi, disse que nunca viu ninguém rejeitar apoio. ?Até o PT quer o apoio do PL e da Igreja Universal do Reino de Deus?, afirmou. Ele lembrou, contudo, que uma aliança com o PFL dependeria de vários fatores, entre eles o respeito a alguns pontos que o PDT considera sagrados - alguns, reconheceu, difíceis para o PFL engolir. ?Somos contra as mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), pelos investimentos em educação, pela paralisação das privatizações e pela auditoria nas suspeitas?, declarou. ?São propostas das quais não abrimos mão.?

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