07 de abril de 2010 | 00h00
O premiê britânico, Gordon Brown, pediu ontem à rainha Elizabeth II que dissolva o Parlamento e convoque novas eleições gerais para 6 de maio. O pedido abre a campanha sucessória, na qual Brown liderará o Partido Trabalhista contra a oposição, representada pelo Partido Conservador, de David Cameron.
Depois de ser apontado como politicamente morto até o início do ano, o premiê vem recuperando intenções de voto graças à política econômica adotada em meio à crise econômica.
O pedido de dissolução foi apenas uma formalidade, já que, há um ano e meio, Brown recebia pressões de diferentes setores da sociedade britânica - até mesmo de seu partido - para antecipar as eleições, cujo prazo limite era junho.
"Vou levar uma mensagem clara às pessoas: a Grã-Bretanha está no caminho da recuperação e nada do que fizermos deve pô-la em risco. Muitas grandes decisões terão de ser tomadas nos próximos meses e o sucesso depende de tomar grandes decisões corretas", afirmou.
A convocação de eleições gerais foi feita no momento em que o Partido Trabalhista, no poder há 13 anos, passa por um bom momento nas pesquisas de opinião. Sondagem divulgada ontem pelo jornal The Guardian indicou que Cameron tem 37% das intenções de voto e Brown, 33%. Pela lei eleitoral britânica, mesmo com uma votação entre 5 e 7 pontos porcentuais inferior à de Cameron, Brown pode acabar eleito. Sem maioria, a tendência seria a formação de um governo de coalizão entre trabalhistas e liberal-democratas.
PARA ENTENDER
A convocação de eleições na Grã-Bretanha segue o rito monarquista, embora a realeza hoje tenha função apenas protocolar. O primeiro-ministro britânico tem de se reunir com a rainha para pedir a ela a dissolução do Parlamento. Após o pedido, uma data para a votação é marcada e, durante o período no qual o Parlamento está dissolvido, a Câmara dos Lordes fica responsável pelas funções do Legislativo.
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