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Burocracia emperra processos da ''''guerra suja''''

Por Ariel Palacios
Atualização:

Um relatório da Procuradoria-Geral da Argentina indicou que os processos contra militares que participaram de graves violações de direitos humanos durante a "guerra suja" - a repressão promovida pela ditadura (1976-1983) - estão praticamente paralisados. O relatório confidencial, divulgado ontem pelo jornal La Nación, indica que há 850 processos espalhados por vários tribunais federais. O problema é que a burocrática Justiça argentina não consegue avançar nos complexos processos da ditadura, que implicam um número de testemunhas superior ao normal. Além disso, diversos juízes eximiram-se de envolver-se com os processos, especialmente os mais espinhosos. Em alguns casos, para confirmar um processo com a investigação já realizada, a Justiça pode levar até três anos. Do total de 250 militares e policiais à espera de julgamento, 45% estão presos em estabelecimentos das Forças Armadas e da polícia. Militares da ditadura assassinaram 30 mil civis e seqüestraram 500 crianças. DELITOS SEXUAIS A Justiça de Mar del Plata iniciará em breve um julgamento sobre delitos sexuais cometidos por militares com as prisioneiras da ditadura. Esse será o primeiro processo que contemplará casos de estupro e violações. O primeiro processado é um oficial da Força Aérea cujo nome não foi divulgado. Até o momento, a Justiça havia considerado os delitos sexuais no âmbito de uma tipificação, mais ampla, de "abusos".

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