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Bush adverte sobre nova onda terrorista

Por Agencia Estado
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Em meio a novas dúvidas sobre o paradeiro de Osama bin Laden, o presidente George W. Bush anteviu hoje um "degelo primaveril" que trará um aumento das ações terroristas no momento em que a rede do dissidente saudita tenta se reagrupar e atacar novamente. Mas ele prometeu: "Vamos derrotar novamente as ameaças contra nosso país e o mundo civilizado". Citando informação de inteligência colhida em laptops, mapas e desenhos pelas forças americanas em esconderijos da Al-Qaeda no Afeganistão, Bush apresentou uma previsão sobre potenciais novos ataques. "Quando chegar o degelo primaveril, a expectativa é de que células de assassinos treinados tentarão se reagrupar, para matar, para criar desordem e para tentar minar os esforços no Afeganistão para criar uma paz duradoura", advertiu o presidente. O presidente aproveitou um discurso para cadetes no Instituto Militar de Virgínia para dar as últimas notícias sobre sua guerra contra o terrorismo, num momento em que ocupam as manchetes dos jornais dúvidas sobre o resultado de sua iniciativa de paz para o Oriente Médio e o espectro de Bin Laden. Bush concentrou-se no que chamou de progresso "dia a dia, terrorista a terrorista" e afirmou que a resolução da crise no Oriente Médio faz parte de sua batalha mais ampla - mais longa - contra o terrorismo. "Onde quer que o terrorismo global ameace o mundo civilizado, nós e nossos amigos e aliados vamos responder, e responder decisivamente", advertiu. Apesar dos sinais de estar sendo abandonado por parceiros árabes, Bush proclamou que a coalizão internacional antiterrorismo continua "forte, unida e atuando". Sem nomear o Iraque, ele renovou sua determinação de esmagar a ameaça oferecida por regimes párias que fariam parte de um "eixo do mal". O Taleban do Afeganistão, disse Bush, foi apenas "o primeiro regime a cair na guerra contra o terror". Ele também apresentou um rosto humanitário de sua causa. "A América tem uma proposta muito maior do que apenas eliminar ameaças e conter ressentimentos, porque acreditamos na dignidade e valor de cada indivíduo. A América busca esperança e oportunidade para todos os povos em todas as culturas". Bush minimizou os sucessos na primeira fase da guerra no Afeganistão, onde Bin Laden, sua rede Al-Qaeda e seus aliados do Taleban foram varridos pela força militar dos EUA. "Estamos limpando campos minados, estamos reconstruindo estradas, estamos melhorando o atendimento médico e vamos trabalhar para ajudar o Afeganistão a desenvolver uma economia que possa alimentar seu povo sem alimentar a demanda do mundo por drogas", afirmou. Mas novos vídeos surgiram nos últimos dias em países árabes mostrando Bin Laden vivo e trabalhando para aterrorizar americanos. Ainda não está claro quando os teipes foram realizados, mas servem como uma vívida lembrança de que a administração Bush não sabe onde está o suposto arquiteto dos atentados de 11 de setembro. Um funcionário da Casa Branca disse que o governo trabalha com a hipótese de que Bin Laden estivesse presente durante duros combates em Tora Bora, no Afeganistão, mas escapou. Bush preferiu concentrar-se em um lugar-tenente de Bin Laden, Abu Zubaydah, o terceiro na hierarquia da Al-Qaeda, em mãos das forças americanas. "Ele não está mais promovendo complôs nem planejando. Ele está trancafiado; e vamos dar a ele alguma companhia. Estamos caçando os assassinos um por um", disse Bush.

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