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Bush afirma que não há guerra civil no Iraque

O presidente americano reconheceu, porém, que a "vitória" no país requereria "mais paciência e sacrifícios" dos americanos

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou neste sábado que o Iraque não passa por uma guerra civil, mas reconheceu que a "vitória" no país requereria "mais paciência e sacrifícios" dos americanos. Apesar do aumento da violência entre xiitas e sunitas constatado nesta sexta-feira pelo Pentágono em um relatório, o presidente citou melhorias na situação do país em sua mensagem semanal pelo rádio. "Nossos comandantes e os diplomatas na região acham que o Iraque não entrou em uma guerra civil. Eles informam que apenas um pequeno número de iraquianos está envolvido na violência sectária", disse Bush. Na opinião do governante, os "terroristas" pretendem provocar um conflito interno. "(Os insurgentes) Lançaram uma campanha sangrenta de violência sectária, com a qual esperam levar o país a uma guerra civil", afirmou. Na sexta-feira, em um relatório ao Congresso, o Departamento de Defesa afirmou que o número de mortes de iraquianos subiu mais de 50% nos últimos meses. Dos mais de três mil iraquianos que morrem ou são feridos a cada mês, dois mil foram vítimas da violência sectária, segundo o documento, que acrescenta que a principal missão das tropas dos EUA é evitar uma guerra civil. Por outro lado, Bush ofereceu uma visão mais positiva da situação no Iraque. Ele afirmou que a nova campanha para acabar "com a crise de segurança" em Bagdá deu resultados "animadores" e disse que o posicionamento policial será ampliado para toda a cidade em breve, "até que o governo democrático do Iraque esteja com o controle total da capital". Normalmente, na data deste sábado o presidente dos Estados Unidos usa sua mensagem de rádio para falar sobre o emprego e a economia, já que na segunda-feira o país comemora o Dia do Trabalho. No entanto, a Casa Branca quis aproveitar o espaço nas emissoras para dar continuidade à sua campanha de propaganda sobre a guerra contra o terrorismo e o conflito no Iraque, cinco anos depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. Na quinta-feira, Bush inaugurou a campanha com um discurso a ex-soldados em Salt Lake City. Na próxima terça-feira, deve fazer um discurso parecido. Além disso, deve aproveitar seu pronunciamento em 19 de setembro na Assembléia Geral da ONU para insistir no tema. Muitos democratas e alguns republicanos pediram à Casa Branca que elabore uma estratégia para uma retirada gradual das tropas americanas do Iraque ou que dê datas precisas para a repatriação dos soldados. As pesquisas, por sua vez, apontam que a população americana está cada vez mais cansada do conflito no Iraque. No entanto, em sua mensagem deste sábado, o presidente condenou essas pressões. "Alguns políticos dizem que nossa melhor opção é sair do Iraque, sem se importarem com a situação na região", destacou. Uma retirada "antes que o Iraque possa se defender" seria "desastrosa", declarou Bush, que acrescentou: "Estaríamos entregando o Iraque aos terroristas". "Se deixarmos de combater nas ruas de Bagdá, enfrentaremos os terroristas nas ruas de nossas próprias cidades", alertou o presidente.

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