Bush aprovou plano para atacar Al-Qaeda uma semana antes dos atentados

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Por Agencia Estado
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Um plano para os Estados Unidos atacarem a organização terrorista Al-Qaeda ficou guardado por oito meses por causa da mudança de presidente e foi aprovado somente uma semana antes dos ataques terroristas de 11 de setembro, segundo informou neste domingo a revista norte-americana Time. As propostas, desenvolvidas nos dias finais da administração de Bill Clinton para um ataque contra a rede no Afeganistão, foram apresentadas à então nova assessora de segurança do governo Bush, Condoleezza Rice, nos primeiros dias de janeiro de 2001. O plano foi feito por Richard Clarke, um burocrata de carreira que prestou serviços na administração de Bush, o pai, e se tornou o ´homem do terrorismo´ na Casa Branca de Clinton. A idéia de como atacar Osama Bin Laden e sua rede ficou esquecida nos gabinetes governamentais e nos escritórios de colaboradores da administração Bush, fazendo surgir várias dúvidas quanto à execução do projeto de Clarke. Depois de vários meses, a Casa Branca preparou um rascunho que resultou na diretiva presidencial, segundo funcionários da administração Bush revelaram à revista. O projeto então foi redefinido pelo governo atual para não apenas reduzir os contingentes da Al-Qaeda, como tinha proposto o esboço inicial, mas para eliminá-la. Esse plano acabou aprovado pelo Conselho Nacional de Segurança de Bush em 4 de setembro de 2001, exatamente uma semana antes dos ataques terroristas, que deixaram mais de 3 mil mortos. Demonstrando mau humor pela falta de resultados expressivos na luta contra a organização, o então presidente Clinton mandou um memorando exigindo medidas mais severas do Conselho de Segurança. "Devemos fazer melhor, isto é insuficiente", escreveu. A proposta de Clarke estava baseada na destruição de células da Al-Qaeda e detenção do pessoal, além de um sistemático ataque ao apoio financeiro para as atividades terroristas e uma ajuda na luta contra o terrorismo para nações onde a rede estivesse operando. O projeto previa também um aumento na ação de cobertura no Afeganistão, mandando aeronaves de espionagem, para verificar o que a rede estaria fazendo nos campos de treinamento no interior afegão, protegida pelo regime islâmico radical do Taleban. A revista também revelou o avião Predator - a melhor fonte de inteligência dos EUA para essa situação - ficou inativo de outubro de 2000 até 11 de setembro de 2001.

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