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Bush busca apoio internacional para atacar Bin Laden

Por Agencia Estado
Atualização:

A administração de George W. Bush esteve envolvida nesta quinta-feira em frenéticos contatos diplomáticos e militares para sustentar politicamente um ataque maciço contra o terrorista saudita Osama bin Laden e seus apoiadores no Afeganistão. O esforço diplomático começa a dar bons resultados: os americanos obtiveram do Paquistão, país que mais apóia o atual regime afegão no planeta, o compromisso de "cooperação incansável" na luta de Washington contra o terrorismo internacional. Bush voltou a fazer um pronunciamento à nação na manhã desta quinta-feira, reiterando que a retaliação americana não será necessariamente para breve, mas será decisiva. "Vimos a primeira guerra do século 21", discursou Bush. "Estamos enfrentando um inimigo covarde e sem rosto, cujo propósito em nos atacar é o de nos intimidar. Não permitiremos que isso aconteça." Depois do anúncio sem precedentes desta quarta-feira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) - invocando uma cláusula da carta da entidade, segundo a qual um ataque a um dos membros justificaria a retaliação da aliança como um todo -, quase todos os governos também se comprometeram a apoiar a retaliação americana. Bush fez uma série de telefonemas a líderes estrangeiros em busca de apoio. De acordo com o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, o presidente telefonou para o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, o secretário-geral da Otan, George Robertson, e para membros da família real da Arábia Saudita. Na véspera, já tinha obtido apoio do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Jiang Zemin. "O presidente quer falar com todos os líderes mundiais para formar uma coalizão internacional que se erga unida para combater o terrorismo", disse Fleischer. Na condição de aliada americana extra-Otan, a Argentina - por meio de seu chanceler, Adalberto Rodríguez Giavarini - anunciou que poderia enviar tropas para uma resposta aos atentados, segundo informou o jornal de Buenos Aires Clarín. O Brasil também comprometeu-se a apoiar diplomaticamente uma resposta militar americana, caso se comprove o envolvimento de países nos ataques. O governo Bush esforça-se também para frear as críticas contra o presidente por ele não ter retornado a Washington imediatamente após a série de ataques da terça-feira. Antes de voltar da Flórida para a capital, Bush foi levado pelo Air Force One, o avião presidencial, para duas bases militares do interior do país. Nesta quinta-feira, o pai do presidente, o ex-presidente George H. Bush, fez um pronunciamento público transmitido pela CNN em defesa da atitude do filho. "Fico aborrecido com as críticas pelo presidente não ter voltado a Washington na terça-feira de manhã, pois havia indícios críveis de que a Casa Branca ou até mesmo o Air Force One poderiam ser alvos dos terroristas", disse Bush, o pai. "Os americanos podem estar certos de que têm um líder no qual podem confiar." Durante seu discurso, George H. Bush afirmou também que o aprimoramento dos serviços de inteligência do país é a melhor arma para combater o terrorismo internacional.

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