Bush defende direito de demitir procuradores federais

Presidente diz que não há provas concretas; oposição segue exigindo respostas

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Por Agencia Estado
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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, defendeu nesta terça-feira, 3, seu direito de demitir os procuradores federais e assegurou que não há provas "críveis" de que algo ilegal tenha sido feito, enquanto a oposição segue exigindo respostas. "Os procuradores dos EUA estão a meu serviço, e já haviam cumprido termos de quatro anos; tínhamos todo o direito de substituí-los", disse Bush. O líder americano lamentou que a demissão dos oito procuradores, anunciada em dezembro, esteja agora no centro de várias audiências do Congresso dos EUA, onde os democratas continuam exigindo reuniões com funcionários do Departamento de Justiça supostamente envolvidos no escândalo. "Lamento que tenha chegado a esse ponto. Tivemos direito de demiti-los, e assim o fizemos. Haverá mais audiências para determinar o que acabo de dizer: que não há provas críveis de que algo indevido tenha sido feito", afirmou Bush. Mas a oposição democrata diz que as demissões de 2006 tiveram motivações políticas, especialmente com a aproximação das eleições legislativas nas quais os democratas conseguiram recuperar o controle do Congresso. Nesse sentido, líderes democratas da Câmara de Representantes dos EUA disseram nesta terça que pedirão uma reunião sigilosa, na semana que vem, com Monica Goodling, assessora do secretário de Justiça americano, Alberto Gonzales, que se nega a prestar testemunho sob juramento. Em 26 de março, Goodling, que pediu licença do cargo por causa do escândalo, disse que se negaria a responder perguntas durante as audiências do Senado sobre a demissão dos procuradores, e amparou-se na 5ª emenda da Constituição americana, que a protege contra a auto-incriminação. Mas os democratas enviaram uma carta nesta terça-feira a seu advogado, na qual explicam que a recusa de Goodling não é suficiente, pois tem que detalhar quais perguntas se nega a responder. O presidente do Comitê Judicial do Senado, o democrata Patrick Leahy, enviou uma carta a Gonzales na qual critica a decisão de Goodling e pede que o secretário de Justiça cumpra com sua promessa, e que seus subordinados prestem depoimento sob juramento. Está previsto que Gonzales, que goza do apoio da Casa Branca, mas enfrenta crescentes pressões para que deixe o cargo, compareça perante o comitê no próximo dia 17, para explicar as razões das demissões.

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