Bush discute Coréia do Norte com Putin e Hu Jintao

China e Rússia evitam incomodar Pyongyang para não atrapalhar as negociações multilaterais que buscam persuadir o país a desistir de seu programa atômico

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Por Agencia Estado
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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, buscou neste domingo, 19, unir posições com a China e a Rússia sobre a Coréia do Norte, depois de a Cooperação Econômica Ásia Pacífico (Apec) ter se limitado a emitir uma declaração de condenação que ficou abaixo das expectativas de Washington. Bush, que chegou na noite deste domingo a Ho Chi Minh - antiga Saigon - passou a maior parte do tempo na cúpula Apec, que terminou hoje em Hanói, tentando convencer seus aliados do órgão a aumentarem a pressão sobre Pyongyang. Os 21 países da Apec emitiram uma declaração na qual expressam sua "grave preocupação" com o teste nuclear efetuado pela Coréia do Norte em 9 de outubro e pediram que esse país desse "passos concretos" para se desfazer de seu armamento atômico. Mas essa declaração, em oposição à vontade dos EUA e do Japão, foi apenas verbal, e não escrita, por insistência da China, que obteve o apoio da Rússia e da Coréia do Sul, segundo fontes da cúpula. A China e seus aliados tentavam evitar que Pyongyang se sentisse incomodado e que as negociações multilaterais - que buscam persuadir a Coréia do Norte a desistir de seu programa atômico - desandassem. Durante os dois dias da cúpula, Bush se reuniu, separadamente, com seus parceiros nas negociações multilaterais. No sábado, conversou com os governantes da Coréia do Sul e do Japão, Roh Moo-hyun e Shinzo Abe, e neste domingo o fez com o presidente da China, Hu Jintao, e o da Rússia, Vladimir Putin. A reunião com o presidente russo aconteceu pouco depois de os respectivos representantes de Comércio Exterior dos dois países, Susan Schwab e Herman Gref, terem assinado um acordo no qual os EUA aprovaram a entrada de Moscou na Organização Mundial do Comércio (OMC). Bush e Putin expressaram sua satisfação com o acordo, que, segundo o governante da Rússia, "não teria sido possível sem vontade política". Os dois conversaram também sobre os programas nucleares da Coréia do Norte e o Irã. Previamente, o presidente americano tinha se reunido com seu colega chinês, Hu Jintao, em uma conversa "muito específica e muito positiva" sobre a Coréia do Norte, segundo David McCormick, conselheiro adjunto de Segurança Nacional para questões econômicas dos EUA. Ambos os governantes tiveram um "debate muito amplo e positivo, uma troca de pontos de vista, um acordo sobre a direção e os próximos passos a seguir" na crise nuclear norte-coreana, afirmou McCormick. Bush e Hu, que se encontraram pela terceira vez em 2006, também dedicaram boa parte da conversa a questões econômicas. Após sua visita a Ho Chi Minh, Bush viaja na segunda para a Indonésia, onde se reúne com o presidente Susilo Yudhoyono, na última etapa de sua viagem pelo sudeste asiático.

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