Bush diz estar muito preocupado com baixas no Iraque

"Nossa segurança interna depende de garantir que o Iraque seja um aliado na guerra contra o terror", afirmou o presidente George W. Bush em coletiva

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Por Agencia Estado
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Em uma melancólica revisão pré-eleitoral de sua longa e brutal guerra, o presidente americano, George W. Bush, admitiu nesta quarta-feira que os Estados Unidos estão sofrendo pesadas baixas no Iraque, e afirmou que os "incidentes do último mês têm sido uma preocupação muito séria para mim." "Sei que muitos americanos não estão satisfeitos com a situação. Eu também não estou", reconheceu o presidente durante uma coletiva de imprensa proferida a apenas 13 dias das eleições legislativas do dia 7 de novembro, quando o controle do Senado e da Câmara dos Representantes (atualmente presididos pelo Partido Republicano, de Bush) estará em jogo. Embora tenha admitido a ocorrência de perdas dolorosas para os americanos, Bush disse que uma vitória no Iraque continua sendo uma parte essencial da guerra ao terror. "Nossa segurança interna depende de garantir que o Iraque seja um aliado na guerra contra o terror", disse o presidente. Bush admitiu ainda que os Estados Unidos poderão ajustar suas táticas militares no Iraque, já que aqueles que lutam contra as forças americanas e iraquianas costumam mudar de estratégia. Retirada A coletiva coincidiu com as declarações do primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, que disse nesta quarta-feira que o governo americano tem o direito de rever suas políticas. Ainda assim, ele acrescentou que as afirmações sobre um cronograma para a retirada das tropas americanas "não estão vindo dos círculos internos do governo americano", mas são um produto da campanha eleitoral americana. "Não estamos nos preocupando com isso." Nessa mesma direção, Bush afirmou que a "fixação de um cronograma para a retirada significaria a derrota". Entretanto, o presidente disse que seu governo irá procurar um meio termo no sentido de pressionar os iraquianos a assumir mais responsabilidade sobre seu próprio destino. "Estamos deixando claro que a paciência da América não é ilimitada", afirmou. Mas "não colocaremos mais pressão sobre o governo iraquiano do que ele pode suportar", acrescentou. O presidente falou no momento em que as pesquisas de opinião mostram que os americanos se opõem com veemência à guerra, e os próprios políticos do Partido Republicano demonstram impaciência com as políticas do presidente. Por fim, Bush afirmou acreditar que os republicanos manterão o controle da Câmara e do Senado, apesar das muitas previsões que apontam o contrário. O presidente aproveitou para alfinetar os democratas, que, segundo ele, já estão celebrando ou tomando as medidas para as cortinas de seus novos escritórios. "O povo americano é quem decidirá", disse. Texto ampliado às 15h40

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